Câmara de Oeiras recolocou cartaz que denuncia abusos sexuais na Igreja Católica

Cartaz que tinha sido retirado regressou à via pública em Algés, concelho de Oeiras.

Foto
O cartaz do movimento que foi colocado na Alameda, em Lisboa, idêntico ao que foi retirado em Algés, Oeiras LUSA/António Cotrim

A Câmara de Oeiras recolocou nesta quinta-feira o cartaz que denunciava abusos sexuais de menores na Igreja Católica e que tinha mandado retirar por considerar tratar-se de publicidade ilegal.

"A câmara vai recolocar o cartaz ainda hoje", disse fonte da autarquia à agência Lusa. Horas depois, circulavam nas redes sociais imagens do cartaz a ser reposto.

Na madrugada de quarta-feira foram colocados três cartazes em Algés, no concelho de Oeiras, em Lisboa e em Loures nos quais se lê a frase "Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal", em inglês, ilustrada por 4.800 pontos que representam cada uma das vítimas.

Durante esse dia, o cartaz que estava em Algés foi retirado por ordem do município por ser "publicidade ilegal", uma vez que toda a publicidade ilegal no concelho é retirada, justificou a autarquia.

No entanto, quarta-feira, o vice-presidente da Câmara de Oeiras, Francisco Rocha Gonçalves, disse à Lusa que a autarquia estava disponível para ceder uma estrutura pública do município sem custos onde o cartaz seja colocado, desde que se respeite a legalidade, lamentando que o grupo que promoveu a colocação dos cartazes não tenha contactado a autarquia.

Ao início da noite, fonte da Câmara de Oeiras indicou que recebeu um pedido formal para que o cartaz fosse recolocado e autorizou.

A ideia dos cartazes partiu do movimento "This is our memorial" (Este é o nosso memorial, em inglês), nasceu no Twitter, e os promotores fizeram uma recolha de fundos que permitiu a colocação dos cartazes.

A iniciativa desse grupo de pessoas surgiu nas redes sociais antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Sugerir correcção
Ler 13 comentários