PCP considera que crescimento económico do país está “muito aquém das necessidades”

Os resultados apresentados pelo INE reflectem “dificuldades e debilidades estruturais não resolvidas”, defende João Ferreira.

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O Governo não só não aumenta os salários, como também não reduz os preços de bens e serviços, acusa João Ferreira Matilde Fieschi

O PCP considerou esta segunda-feira que os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram um crescimento económico "muito aquém das necessidades e das possibilidades", defendendo que reflecte "dificuldades e debilidades estruturais não resolvidas".

Numa declaração em vídeo, João Ferreira, membro da comissão política do Comité Central do PCP, reagiu à estimativa rápida divulgada pelo INE, segundo a qual o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,3% no segundo trimestre face ao mesmo período do ano passado e registou uma variação nula em cadeia.

Para João Ferreira, estes números traduzem "um crescimento da economia em desaceleração, muito aquém das necessidades e das possibilidades do país, no que é o aspecto mais notório desta estimativa, reflectindo dificuldades e debilidades estruturais não resolvidas".

Sobre a inflação, que, de acordo com o INE, baixou para 3,1% em Julho, menos 0,3 pontos percentuais do que em Junho, o também ex-candidato do PCP às eleições presidenciais defendeu que, apesar de se tratar de um abrandamento relativamente ao mês anterior, o valor "acrescenta-se aos aumentos de preços anteriores" e "agrava as dificuldades" sentidas por "amplas camadas da população".

"É o caso dos milhares de famílias que enfrentam os efeitos da persistente subida das taxas de juro. O aumento dos custos com os empréstimos à habitação contrasta flagrantemente com os lucros agora anunciados pelos principais bancos", referiu.

João Ferreira considerou que o Governo do PS, "numa acção convergente com o poder económico, tudo tem feito para recusar, por um lado, o aumento de salários e pensões e, por outro lado, o controlo e a redução dos preços de bens e serviços essenciais".

"Porém, o que a evolução da realidade tem vindo a confirmar é que estes são dois elementos centrais da política alternativa de que o país precisa e que o PCP propõe", sustentou.

Para João Ferreira, essa política alternativa "visa corrigir as gritantes injustiças na distribuição do rendimento nacional, bem evidenciadas nos lucros que têm vindo a ser apresentados pelos principais grupos económicos, além de corrigir bloqueios e desequilíbrios que contribuem para a insuficiência de crescimento agora registada".

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