A Apple anunciou esta segunda-feira o lançamento do iPhone SE, um smartphone de quatro polegadas (10,6 centímetros), numa apresentação em que o CEO Tim Cook voltou a fazer frente à justiça norte-americana no diferendo sobre privacidade que opõe Cupertino e Washington.

“Precisamos de decidir, enquanto nação, que poder o Governo deve ter em relação aos nossos dados”. Foi com uma nova tomada de posição pela privacidade dos dados dos utilizadores de smartphones que o presidente executivo da Apple abriu o evento de apresentação dos novos produtos da marca. “Não estávamos à espera de estar nesta posição, em confronto com o nosso Governo, mas cremos que temos a responsabilidade de proteger os vossos dados e a vossa privacidade. Não nos vamos demitir dessa responsabilidade”, declarou.

Feita a declaração política, a Apple anunciou na Califórnia o lançamento do iPhone SE, um modelo de 4 polegadas que vem responder à procura ainda significativa por smartphones de menores dimensões e inverter a tendência dominante na indústria do 'quanto maior, melhor'. Num momento em que a Apple perde quota de mercado na Ásia, esta decisão pretende apanhar de surpresa a concorrência, que continua a apostar no crescimento dos seus modelos topo de gama. 

Em termos de aspecto, o SE não difere muito do iPhone 5s e surge disponível em tons de preto, branco, dourado ou rosa metalizado. Quanto à capacidade de processamento, um processador A9 e um co-processador M9 aproximam o SE do 6s, distanciando-se ainda do 5s na capacidade gráfica e na duração da bateria. O novo modelo integra uma câmara fotográfica de 12 megapíxeis e uma câmara de vídeo 4k.

O modelo chega ao mercado no dia 31 e deverá estar disponível em 100 países até ao final de Maio. Em Portugal, todas as informações sobre o SE deverão ficar disponíveis no site da Apple ainda nesta segunda-feira, o que é uma novidade face a anteriores lançamentos e indicia a chegada próxima do novo smartphone aos consumidores portugueses.

Para os Estados Unidos, o preço de referência do iPhone SE é de 399 dólares para o modelo de 16GB e de 499 dólares para o de 32GB.

Da mesma forma que a Apple responde a uma estagnação nas vendas de smartphones resultante do amadurecimento do mercado, a tecnológica anunciou esta segunda-feira que replicará a receita SE nos tablets. O iPad Pro também encolhe para 9,7 polegadas (24,6 centímetros), conservado no entanto as características de modelo topo de gama e integrando um ecrã com maior luminosidade e menor reflexo. De resto, a empresa dirigida por Tim Cook pisca mesmo o olho aos utilizadores do Windows e apresenta o novo iPad Pro como uma alternativa ao PC, possibilitando a utilização de um teclado físico. Já o Apple Watch sofre uma redução no preço de referência para o mercado norte-americano (299 dólares), numa tentativa de relançar as vendas pouco entusiasmantes do relógio inteligente. 

A Apple anunciou também uma nova versão do seu sistema operativo móvel. O iOS 9.3 inclui pequenas alterações como a possibilidade de proteger notas com uma palavra-passe e um novo modo de iluminação nocturna que elimina a luz azul, de forma a evitar a desregulação do ciclo de sono dos utilizadores. O sistema operativo da Apple TV, o tvOS, também regista uma actualização e passa a possibilitar a pesquisa na loja de aplicações e a inserção do nome de utilizador e da respectiva palavra-passe através da ferramenta de voz Siri.