Jerónimo diz que OE de PSD e CDS teria “mais cortes”

“Caracterizou bem o Orçamento que a direita teria apresentado”, reagiu António Costa.

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Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP Nuno Ferreira Santos

Na interpelação do PCP, o secretário-geral Jerónimo de Sousa ensaiou um exercício sobre o que seria um Orçamento do PSD/CDS, uma proposta que “seria de agravamento de injustiças e de desigualdades sociais”. “Seria de mais cortes nos rendimentos do trabalho, penalizador das camadas da população com rendimentos baixos.”

“Se fosse este o Orçamento de iniciativa PSD/CDS estaríamos a discutir não o aumento das prestações sociais ou o descongelamento das pensões de reforma, mas sim a discutir os 600 milhões de euros, a sobretaxa do IRS que ninguém viu devolvida”, afirmou o líder comunista. A descrição pareceu música para os ouvidos do primeiro-ministro: “Caracterizou bem o Orçamento que a direita teria apresentado”. Se Jerónimo de Sousa remeteu a possibilidade de levar outras propostas para a especialidade, António Costa também não quis antecipar esse debate, embora tenha deixado uma mensagem aos comunistas: “Tentaremos acomodar no Orçamento na medida do possível”.

Também José Luís Ferreira, do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), começou a intervenção por criticar as posições das bancadas que suportavam o anterior Governo. “Percebemos o que PSD e CDS pretendem é perpetuar o empobrecimento, e que não haja reforço dos apoios sociais. (…) O anterior Governo era só: dá cá, dá cá, não querem o toma lá. Mas vai haver recuperação dos rendimentos das famílias e um travão ao enfraquecimento do Estado social”, afirmou o ecologista.

O tom agradou ao primeiro-ministro que disse concordar com o deputado. Dirigindo-se à bancada do PSD, António Costa aproveitou para dizer que “o momento mais triste” a que assistiu ao longo da preparação do Orçamento não foi quando “estavam a fazer figas” para a Comissão Europeia chumbar o esboço orçamental nem quando “acendem uma velinha” para a agência de rating “dizer que este Governo não pode existir”, mas “foi ver o líder do PSD, com a sua voz maviosa, levantar a sua voz não para defender Portugal, mas para defender que a Comissão Europeia chumbasse o Orçamento”. A palavra “maviosa” gerou protestos na bancada do PSD e momentos depois Passos Coelho saiu do hemiciclo quando António Costa ainda terminava a intervenção.

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