Parlamento não vai celebrar o 25 de Novembro

Partidos da esquerda faltaram a reunião que tinha como objectivo decidir proposta sobre cerimónia parlamentar.

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Rui Gaudêncio

A Assembleia da República não vai assinalar os 40 anos do 25 de Novembro. A confirmação foi feita esta quinta-feira pelo vice-presidente do Parlamento, o socialista Jorge Lacão, depois da falta de comparência do PS, PCP, BE e Verdes à reunião do grupo de trabalho criado há 24 horas para debater a questão.

“Os grupos parlamentares não vieram à reunião, tendo comunicado o seu não interesse pela iniciativa”, disse Jorge Lacão ao PÚBLICO depois do cancelamento do encontro que estava agendado para esta quinta-feira.

O vice-presidente confirmou ainda que a ausência dos grupos parlamentares da esquerda significa que não haverá qualquer cerimónia sobre a data, patrocinada pela AR, cabendo agora aos grupos parlamentares do PSD e CDS – que compareceram à reunião – decidir se vão assinalar o 25 de Novembro por sua própria iniciativa.

Os líderes parlamentares do PSD e do CDS-PP tinham formalizado na terça-feira a proposta de que o Parlamento assinalasse o 25 de Novembro "com uma conferência ou sessão", numa carta enviada ao presidente da Assembleia, Ferro Rodrigues.

A direita aproveitou o plenário para reagir. O líder parlamentar do CDS classificou a conduta da esquerda como uma “deserção” e uma “desautorização” ao presidente da Assembleia da República. "Se não reagirmos a tempo, podemos estar perante um PREC", resumiu Nuno Magalhães. 

Por seu turno, o social-democrata Sérgio Azevedo lamentou que o PS, que tinha lutado pela “consolidação da democracia”, estivesse agora “acorrentado ideologicamente pelo PCP e BE”. E solicitou novas “diligências” a Ferro Rodrigues para que se realizasse outra reunião. 

A reacção do PS, no entanto, não deixou margem para dúvidas sobre a morte do processo. O líder parlamentar Carlos César pediu a palavra para garantir que o PS não seria “cúmplice de exercícios lúdicos, gratuitos, inúteis e quase infantis sobre acontecimentos de relevância nacional”. Classificou mesmo a proposta da direita como uma “jogatana política”, gerando uma reacção ruidosa no plenário. 

E o assunto ficou encerrado quando Ferro Rodrigues tomou o microfone para assumir que a única iniciativa que ia tomar era ficar à espera do “relatório escrito” de Jorge Lacão até sexta-feira, prazo-limite definido pelo presidente da AR para uma decisão sobre a comemoração. 

Os líderes parlamentares do PSD e do CDS-PP tinham formalizado esta terça-feira a proposta de que o Parlamento assinalasse o 25 de Novembro "com uma conferência ou sessão", numa carta enviada ao presidente da Assembleia, Ferro Rodrigues.

 

Especial 25 de Novembro



 

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