Smartwatch TAG Heuer e Google chega ao mercado a 1350 euros

Relógio inteligente tem última tecnologia inserida em modelo de design clássico da marca suíça.

Foto
O relógio inteligente tem um aspecto semelhante aos outros modelos da marca Shannon Stapleton/Reuters

A parceria já tinha sido anunciada em Março deste ano e até aqui aguardava-se a chegada ao mercado do primeiro smartwatch criado em conjunto pela fabricante de relógios suíça TAG Heuer e as empresas de tecnologia norte-americanas Google e a Intel. Mil exemplares de Tag Heuer Connected estão à venda a partir desta segunda-feira pelo peço unitário de 1500 dólares (cerca de 1350 euros), o que o torna no relógio com Android mais caro do mercado.

A parceria da marca do grupo de produtos de luxo francês LVMH, que inclui, além da TAG Heuer, as marcas Hublot e Zenith, e os dois gigantes tecnológicos, foi anunciada na Suíça, na abertura do salão internacional de relojoaria e joalharia de luxo. Na altura, o patrão da Tag Heuer, Jean-Claude Biver, afirmava que Sillicon Valley e a Suíça iam “conquistar o mercado de relógios inteligentes”, naquele que, segundo o responsável, foi o “maior anúncio de sempre” que fez em 40 anos de actividade na indústria.

O design e fabrico do smartwatch ficou a cargo da equipa da Tag Heuer, enquanto a Intel disponibilizou a plataforma SoC (System-on-a-chip), ou seja, a tecnologia para as funções digitais do dispositivo. O Google entrou no projecto com a sua plataforma Android Wear e a ajuda para desenvolver o software.

A partir desta segunda-feira, o Tag Heuer Connected está disponível em 15 lojas dos Estados Unidos; com o Reino Unido, Alemanha e Japão a juntar-se ao grupo de países que vão ter o modelo à venda já nos próximos dias, adianta a Reuters. Apesar de o preço ser elevado quando comparado com o de outros Android, o relógio parece barato face aos modelos mais caros da Apple, que chegam a ultrapassar os quinze mil euros

O relógio da marca suíça é muito semelhante ao dos relógios mecânicos e a empresa parece não estar inteiramente convencida de que os compradores vão gostar do produto: os que quiserem, poderão pagar mais – e devolver o relógio – para receberem um modelo mais tradicional de edição limitada.

Como muitos outros relógios inteligentes, o Tag Heuer Connected tem a possibilidade de um mostrador digital que imita os mostradores tradicionais, com números e ponteiros. Mas, neste caso, a empresa leva a semelhança mais longe e o mostrador estará sempre visível, em vez de o ecrã se apagar, para poupar energia. 

O smartwatch tem uma estrutura em titânio, bracelete de borracha em sete cores diferentes (apenas a cor preta está disponível online) e um mostrador digital, sendo que o design do relógio se assemelha aos clássicos modelos da Tag Heuer. O Connected tem um processador Intel Atom debaixo do ecrã táctil que permite ao utilizador aceder à Internet, ao streaming de música e a 4000 aplicações disponíveis no Google Play para dispositivos Android. Além de ser compatível com o sistema Android, é possível usar o relógio com o iOS.

“Estamos a ir atrás de novos clientes. Quando comprarem um relógio Connected, estão prontos um dia para comprar outro relógio”, afirmou Jean-Claude Biver à Reuters. Biver explica que a escolha de um design semelhante ao de outros Tag Heuer vai facilitar a transição de um relógio clássico para um smartwatch.

O responsável não avança estimativas para a venda do novo produto. Acredita, no entanto, que a recepção do relógio inteligente poderá ser semelhante à dos primeiros telemóveis há 20 anos. Os relógios inteligentes são ainda um mercado muito pequeno se comparados com os smartphones ou com os tablets. Estão a ser impulsionados sobretudo pelas mesmas empresas de electrónica que vendem este tipo de aparelhos e que estão a assistir a um arrefecimento da procura nos mercados maduros. No segundo trimestre deste ano, foram postos à venda 18,1 milhões destes aparelhos em todo o mundo, o que contrasta com 337,2 milhões de smartphones e 44,7 milhões de tablets, uma categoria de produto que tem estado em queda.

Esta não é a primeira marca de relógios a criar um modelo a que chama inteligente, mas é a primeira a lançar um que permite instalar aplicações, à semelhança do que fazem os telemóveis e tablets, e os relógios de marcas como a Apple e a Samsung. Os modelos menos sofisticados são relógios digitais com várias funcionalidades, mas que o utilizador não consegue ligar a uma loja de aplicações, ficando assim limitado ao que o fabricante pré-instala.

A Swatch é outra conhecida marca suíça que está a tentar enveredar pelo caminho dos relógios inteligentes. No entanto, o modelo digital que lançou este ano, chamado Touch Zero One, é essencialmente uma pulseira desportiva. Também criou um outro relógio, em tudo semelhante aos modelos habituais, mas equipado com tecnologia NFC, frequentemente usada em sistemas de pagamentos móveis. E anunciou para o próximo ano o lançamento do Touch Zero Two.

Também a Mondaine, outra fabricante helvética, criou um modelo a que chama smartwatch. É um relógio mecânico, com um mostrador tradicional, mas que regista várias actividades quotidianas do utilizador (como o número de passos e as distâncias percorridas) e que é capaz transimitir essa informação a um smartphone

Sugerir correcção
Comentar