Fim da ingestão compulsiva de alimentos não resulta em perda de peso imediato

O programa experimental desenvolvido pela Universidade de Coimbra permitiu melhorar a qualidade de vida de 31 mulheres com problemas de obesidade, mas não resolver o do excesso de peso. Pelo menos, de imediato.

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Aula de ginástica para crianças obesas Público/Arquivo

As 31 mulheres que no último ano participaram num programa experimental para pessoas com problemas de ingestão alimentar compulsiva conseguiram eliminar parcial ou completamente aquele tipo de episódios das suas vidas, mas não perderam peso, revelaram investigadores da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra (UC).

Quando anunciaram que estavam a recrutar voluntárias para participar no programa a que chamaram BeFree, em 2014, os investigadores do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) propunham-se trabalhar um conjunto de competências para ajudar aquelas pessoas a regular melhor as suas emoções e a sua relação com a alimentação, perdendo peso e aumentando a sua qualidade de vida.<_o3a_p>

Para além de serem obesas ou terem excesso de peso e episódios regulares de ingestão compulsiva e excessiva de alimentos, as 31 mulheres seleccionadas apresentavam, associado àqueles problemas, um outro: o sofrimento emocional. “Dito de uma forma simplista, leiga, as pessoas utilizavam a ingestão compulsiva de alimentos (normalmente com um alto teor de açúcar) como estratégia para lidar com os afectos negativos”, explicou um dos investigadores, Sérgio Carvalho.<_o3a_p>

As mulheres foram divididas em pequenos grupos e participaram, ao longo de 12 semanas, noutras tantas sessões, nas quais trabalharam as respectivas relações com a alimentação e com as emoções. Segundo Sérgio Carvalho, em relação aos grupos de controlo a evolução foi evidente: “As mulheres que beneficiaram do BeFree apresentaram-se menos deprimidas e a maior parte não tinha, já, comportamentos de ingestão alimentar compulsiva. Na totalidade dos casos aqueles episódios tinham, pelo menos, diminuído para níveis subclínicos”, relatou o investigador. <_o3a_p>

Não se verificou, contudo, qualquer alteração no peso, o que, segundo Sérgio Carvalho, poderá resultar do facto de "a obesidade resultar sempre de uma multiplicidade de factores". <_o3a_p>

A equipa aguarda pelo acompanhamento das participantes no projecto aos seis meses após a intervenção (que acontece em momentos diferentes, consoante os grupos) para apurar os reflexos do programa a longo prazo.<_o3a_p>

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