Eleições afastam rostos da esquerda da Universidade de Verão do PSD

Dois socialistas portugueses recusaram. Mas os sociais-democratas também optaram por alguma reserva este ano nos convites a vozes da oposição.

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Miguel Madeira/Arquivo
Marco António Costa esta segunda-feira na Póvoa do Varzim
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Marco António Costa esta segunda-feira na Póvoa do Varzim Paulo Pimenta

Nas edições anteriores da Universidade de Verão do PSD, vários oradores de partidos da esquerda foram convidados para falarem com os jovens.

Este ano, a proximidade das eleições legislativas, a 4 de Outubro, terá motivado cautelas de ambas as partes. Houve socialistas convidados que declinaram, mas os próprios sociais-democratas também não quiseram alargar o leque de propostas a mais rostos da esquerda. O momento foi considerado delicado e, tanto da parte de quem convidava como de quem podia aceitar, houve o receio de ser mal interpretado.

Os sociais-democratas dirigiram três convites a socialistas para fazerem parte dos painéis de oradores. Um deles não pôde comparecer por motivos de agenda. Os outros dois, portugueses, declinaram o convite por considerarem o momento delicado, devido à proximidade das legislativas. Além disso, os próprios sociais-democratas também decidiram não alargar os convites a outras figuras da esquerda portuguesa por considerarem de igual modo que tal poderia não ser o mais adequado nesta altura e até ser mal interpretado.

Esta foi a explicação dada por fonte da organização deste evento, quando questionada sobre o facto de este ano, e ao contrário de outras edições, não haver qualquer rosto da oposição, de socialistas ou de outros partidos à esquerda, no conjunto de convidados.

Mário Soares, Luís Amado, Correia de Campos, António Vitorino foram alguns dos socialistas que já passaram por este encontro de formação de jovens. Mas não só. O líder do Livre/Tempo de Avançar Rui Tavares também foi um dos convidados no ano passado.

Apesar de os organizadores frisarem que a universidade é um momento pensado e dirigido para os jovens e para a sua formação, a proximidade das legislativas, a 4 de Outubro, tem endurecido o discurso entre socialistas e partidos do Governo. Foi, de resto, o que fez na sessão de abertura o vice-presidente do PSD Marco António Costa: acusar o PS de eleitoralismo e de fazer propostas irrealistas, entre outras críticas, e elogiar o trabalho feito pelos partidos da coligação.

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