Autoridades dizem ter imagem do bombista de Banguecoque

Polícia garante que o jovem de T-shirt amarela apanhado por câmaras de vigilância é o responsável pelo atentado.

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Retrato-robô que está a ser divulgado pela polícia REUTERS/Royal Thai Police
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Imagens de vídeovigilância divulgadas pela polícia tailandesa de suspeito REUTERS/Royal Thai Police

As autoridades tailandesas difundiram imagens de um jovem que dizem ser o bombista que na segunda-feira deixou explosivos num cruzamento no coração de Banguecoque matando 22 pessoas e deixando mais de cem feridas no que o Governo considerou o pior ataque da história do país.

É um homem com uma T-shirt amarela "que transportava uma mochila e que passou pelo local na altura do incidente", disse o chefe da polícia nacional, Somyot Pumpanmuang, citado pela Reuters. “Não se trata apenas de um suspeito. É o bombista”, garante o chefe da polícia. As imagens divulgadas mostram um homem de aparência jovem. No entanto, o responsável disse que não tinha mais informação sobre o homem, nem sequer se era tailandês ou estrangeiro.

Por agora, as forças de segurança tailandesas estão a partir do princípio que o atentado foi provocado por um grupo "antigovernamental do Nordeste do país", nas palavras do primeiro-ministro, Prayut Chan-ocha. Esta zona é o bastião dos camisas vermelhas, grupo que se opõe à junta militar e apoia os Shinawatra, a família que liderava a Tailândia antes do golpe militar de 2014. Este golpe seguiu-se a protestos dos chamados camisas amarelas, a elite educada e urbana de Banguecoque, contra o que diziam ser o populismo dos Shinawatra.

O primeiro-ministro classificou o atentado como “o pior incidente da história do país.” Foi atacado o coração turístico e comercial da cidade, perto dos grandes centros comerciais da cidade e de hotéis de cinco estrelas, no eixo do Skytrain, o metro da capital. O templo à porta do qual se deu a explosão era local de oração para locais (venerado também por budistas) e também visitado por turistas de todo o mundo. Entre os mortos há chineses, taiwaneses, malaios, e uma britânica.

Na Tailândia, a violência política já causou dezenas de mortos, normalmente ligados a confrontos entre grupos rivais de manifestantes ou a tentativas das autoridades dispersarem protestos como em 2010, quando morreram 25 pessoas e mais de 800 ficaram feridas.

A Tailândia tem por vezes ataques com carros-bomba, mas estes estão concentrados numa região com uma insurreição muçulmana perto da fronteira com a Malásia, numa zona completamente fora dos radares dos turistas, e seria inédito um ataque na capital e numa zona turística e vital para a economia do país.

A contribuir para a instabilidade do país está a recusa da Junta em organizar eleições nos próximos tempos, a tentativa de aprovar leis que diminuem as liberdades. Para além disso, é motivo de preocupação a saúde do rei Bhumibol, de 86 anos, tido como fundamental para a unidade do país e que teve na semana passada um novo agravamento da sua saúde com "fluido no cérebro".

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