Enfermeiros marcam greve de três dias a partir de 11 de Agosto

Sindicato reivindica melhores condições de trabalho e acusa o Ministério da Saúde de falta de diálogo.

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O protesto vai afectar as zonas de Lisboa, Alentejo e Algarve Nuno Ferreira Santos

O Sindicato dos Enfermeiros Portuguese (SEP) marcou nesta sexta-feira uma greve de três dias que terá início a 11 de Agosto. No primeiro dia, a paralisação abrange os hospitais e centros de saúde pertencentes à Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo. No dia 12 é Agosto é a vez da ARS do Alentejo e no dia 13 de Agosto a greve termina com a ARS do Algarve. Na base do protesto estão as reivindicações da valorização dos profissionais de enfermagem, com o SEP a acusar o Ministério da Saúde de apenas ter verbas para investir noutras áreas.

“Explique, Sr. ministro da Saúde a lógica do equilíbrio orçamental? O ministro da Saúde afirma de forma sistemática que é preciso manter o equilíbrio orçamental do Ministério da Saúde e essa é a justificação para protelar a revisão salarial dos enfermeiros”, lê-se no comunicado do SEP, que depois cita vários investimentos que considera que vão contra esta “lógica”. Um dos casos referido pelo sindicato é o recente reforço de 125 milhões de euros para os hospitais das misericórdias e os inventivos para os médicos que aceitem trabalhar nas zonas carenciadas. Criticam também que o funcionamento do Hospital de Loures (uma parceria público-privada) tenha mais custos que outros hospitais, como recentemente disse o Tribunal de Contas.

“Em contraponto e para os enfermeiros, apesar de publicamente o sr. ministro reconhecer a sua importância, a verdade é que: milhares de enfermeiros continuam a ter um salário abaixo do valor de referência; cerca de 12.000 enfermeiros especialistas não têm qualquer valor salarial que compense as qualificações acrescidas e a competência diferenciada; continuam em divida milhares de horas efectuadas para além do horário de trabalho e incentivos aos enfermeiros”, exemplifica a nota do SEP.

O sindicato questiona, ainda, Paulo Macedo sobre “se a estratégia para atingir o equilíbrio orçamental” passa por “retirar aos enfermeiros para custear Misericórdias, parcerias público privadas e outros grupos profissionais?”. Nas contas do SEP, os enfermeiros já perderam 250 milhões de euros por congelamento das progressões e 120 milhões de euros por cortes de 50% nas chamadas horas penosas.

Os enfermeiros já tinham prometido no final de Julho uma greve para Agosto. Na altura, o SEP explicou que a paralisação era a única forma de resposta à ausência de diálogo por parte do Ministério da Saúde. Em causa estava um encontro entre os sindicalistas e a tutela, no âmbito processo negocial sobre a carreira dos profissionais de enfermagem, mas que acabou por não acontecer.

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