Novo contrato da NASA com Rússia para transporte de astronautas

Dependentes da Rússia para levar os seus astronautas até à estação espacial, EUA pagam cerca de 450 milhões de euros em novo contrato.

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EUA estão dependentes dos russos para ir à ISS desde o fim do programa dos vaivéns, em 2012 NASA

A agência espacial norte-americana NASA prolongou o contrato com a Rússia sobre o transporte dos seus astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS), no valor de 490 milhões de dólares (cerca de 450 milhões de euros), devido à insuficiência de fundos que têm sido aprovados pelo Congresso dos Estados Unidos para o desenvolvimento de naves privadas pelas empresas Boeing e SpaceX.

O novo contrato é até 2019 e significa que os EUA continuarão durante esse período dependentes exclusivamente da Rússia para levar os seus astronautas até ao posto-avançado orbital, numa altura em que as relações entre os dois países nunca tinham estado tão distantes, como agora, desde o fim da guerra fria.

Os Estados Unidos viram-se forçados a dar dinheiro à Rússia ao mesmo tempo que lhe impõem duras sanções económicas, por causa do papel de Moscovo na crise da Ucrânia. Desde o fim do programa dos vaivéns norte-americanos, em Julho de 2012, que os Estados Unidos estão dependentes da Rússia para aceder à ISS.

O administrador da NASA, Charles Bolden, enviou na quarta-feira uma carta aos presidentes das comissões do Congresso responsáveis pelos programas espaciais a alertá-los de que a Boeing e a SpaceX não estarão prontas para os primeiros voos habitados nas suas naves no final de 2017, como está actualmente previsto, se o dinheiro pedido pela Administração de Obama no orçamento para 2016 for cortado.

Para poder respeitar essa data, o Congresso terá de atribuir um montante de 1240 milhões de dólares (cerca de 1135 milhões de euros) necessários para o Programa Comercial de Tripulação (CCP, a sigla em inglês), insistiu Charles Bolden. “A maneira mais rápida de pôr estas naves a voar, efectuando lançamentos a partir do solo norte-americano para acabar com a dependência da Rússia, é financiar totalmente o CCP da NASA para o ano fiscal de 2016”, disse.

Para o ano fiscal de 2016, que começa em Outubro de 2015, a maioria republicana da Câmara dos Representantes e do Senado propôs, respectivamente, reduzir o dinheiro pedido pela Administração de Obama em cerca de 250 e 300 milhões de dólares (cerca de 229 e 275 milhões de euros). Se o Congresso insistir nestas reduções, a Boeing e a SpaceX “terão provavelmente falta de dinheiro para continuar os seus programas na Primavera ou no Verão de 2016”, acrescentou Charles Bolden. Se assim for, “talvez seja necessário renegociar com os russos o contrato actual”, para o transporte dos astronautas norte-americanos. Uma insuficiência de fundos “também levará provavelmente a um novo atraso e a custos acrescidos do CCP”.

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