"Matemática foi mais difícil do que Português", diz Joaquim

O PÚBLICO acompanhou Joaquim, um aluno do Colégio Salesiano do Funchal, ao longo desta semana em que mais de 90 mil alunos fizeram os exames nacionais do 9.º ano. Hoje ele entrou de férias.

Foto

Já suspeitava que ia ser mais difícil do que o de Português. E foi. Mas Joaquim Homem de Gouveia saiu “satisfeito” da sala de exame de Matemática. “Foi um pouco difícil, mas correu bem. Respondi a tudo e ainda fiquei com tempo para rever as minhas respostas”, conta, sentando na sala de visitas do Colégio Salesiano do Funchal. “Já esperava que fosse mais complicado do que o de Português, por isso estudei um pouco durante a semana”, acrescenta, sem conseguir disfarçar o entusiasmo de ter terminado o ano.

Desde segunda-feira, dia do exame de Português, que os dias passaram a correr. Os pais viajaram, e Joaquim ficou na casa de uma tia. Entre golfe, saídas com amigos e televisão, encontrou algum tempo para estudar. “Estudei pouco, mas estudei. Mais do que para Português”, reconhece, dizendo que o exame acabou por ser mais fácil do que o intermédio. “Nem foi necessário utilizar o material de desenho”, explica.

Mas agora acabou.

Quando entregou a folha de respostas ao professor, Joaquim fechou um ciclo. Ou melhor, vários ciclos. Terminou o 9.º ano. Despediu-se da escola de sempre. Disse adeus ao sistema de ensino nacional.

“Vou para a Suécia em Agosto, as aulas lá começam mais cedo, a meio do Verão para evitar o Inverno”, explica o rapaz de 15 anos, que viaja este Verão para Kalmar, uma pequena cidade turística no Sul do país, onde, à boleia de uma bolsa de golfe, vai estudar nos próximos anos.

A mãe é sueca e Joaquim visita a família materna todos os anos. Domina a língua, e sente-se preparado para o desafio de estudar num país estrangeiro, longe dos pais. Por isso, com tanto a acontecer e para acontecer, a semana de exames não ocupou muito espaço no pensamento de Joaquim.

Português correu bem, e vai dar para manter o 4. Matemática também, mas aqui tratava-se de não descer do 5. Na turma, as opiniões foram diversas. “Uns gostaram, outros não. Penso que foi um daqueles exames que não ajudou a todos. Vai haver boas notas, mas também negativas”, adianta, guardando a folha de exame na mochila.

O ambiente na escola é já de férias. Um autocarro está parado à porta, para levar os alunos do 9.º ano para uma mini-viagem de finalistas. O destino é o Paul do Mar, no extremo Oeste da ilha, onde, dizem os surfistas, encontram-se as melhores ondas do Atlântico.

Joaquim e os colegas já não querem ouvir, nem falar de exames. Agora é tempo de férias. Até porque, afirma Joaquim, o peso dos exames não é assim tão grande. 

Sugerir correcção
Comentar