Polícias exigem “mudança de atitude” da ministra ou avançam para protestos

Sindicatos, que criticam inflexibilidade da ministra na negociação do estatuto profissional, prometem uma “luta acérrima e de carácter permanente”.

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O alerta para o incidente foi dado às 12h47 Rita Chantre

Os sindicatos da PSP exigem à ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, “uma mudança de atitude” quanto à negociação do estatuto profissional da PSP, senão avançam para protestos na rua através de uma “luta acérrima e de carácter permanente”, avisam as estruturas num comunicado conjunto enviado esta quinta-feira às redacções. Para os polícias, a “flexibilidade da ministra é insuficiente para ir de encontro às reivindicações fundamentais dos polícias”.

No documento, que resulta de uma reunião de sindicatos levada a cabo na manhã desta quinta-feira, os polícias não se esquecem de deixar também de deixar um alerta à chefia do Governo. “Exige-se também que os mais altos responsáveis do Governo assumam as suas responsabilidades neste processo. Caso tal não aconteça, a contestação será inevitável”, garantem os sindicatos.

Os sindicatos reclamam um “discurso sério e objectivo, para que na terceira ronda de reuniões se procurem verdadeiramente melhorar as condições sócioprofissionais daqueles que dão a própria vida se preciso for, em prol da segurança nacional”.

No comunicado, os agentes recordam que “a primeira reunião, após a apresentação da proposta de Estatuto, deixou todas as estruturas sindicais perplexas, face à pouca dignidade que este atribuía aos polícias e à PSP”. Salientam ainda que uma segunda reunião “pouco acrescentou”, uma vez que as “sugestões apresentadas” pelos sindicatos “foram, em grande linha, rejeitadas”.

O alerta dos sindicatos surge numa altura em que entram “na terceira ronda negocial” com a ministra para a discussão do estatuto, momento em que querem ver, por parte do ministério, “um conjunto de propostas mais consentânea com a dignidade que os polícias merecem”. Aliás, os sindicatos, avisam que não aceitarão “a reforma de um estatuto que não seja para melhorar as condições dos seus profissionais, muito menos para as piorar”.

Para o presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), Mário Andrade, este é o "último aviso ao ministério, antes da organização de manifestações e todos os sindicatos estão em sintonia". 

Na semana passada, no segundo dia da segunda ronda de reuniões com a ministra, os polícias não se mostraram afinal tão satisfeitos como afirmavam estar antes com a alegada cedência da tutela em vários pontos. As maiores críticas vão para o facto de o que tem sido discutido nas reuniões não estar a ser registado em actas. "É fácil dizer uma coisa a um sindicato e outra diferente a outro sindicato. Não há actas nas reuniões ao contrário de negociações em anos anteriores em que sempre houve. Não se compreende", lamenta o presidente o Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), Armando Ferreira.

Em causa está o facto de a ministra aceitar manter o actual horário de 36 horas semanais para os polícias da área operacional e querer que os da área administrativa passem para as 40 horas semanais. Os sindicatos não aceitam também que os dias de férias sejam reduzidos de 25 para 22 dias.

A ministra recusou igualmente aceder a uma antiga reivindicação dos polícias, não reconhecendo a sua profissão como de desgaste rápido. 

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