Portas diz que "Europa tem de dar prioridade política à questão das migrações"

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Paulo Portas NUNO FERREIRA SANTOS

O vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, afirmou esta segunda-feira que a Europa tem de dar prioridade política à questão das migrações, sobretudo no Mediterrâneo, afirmando que a indiferença não é boa resposta e que "o Papa tem toda a razão".

"A Europa tem de dar prioridade política à questão das migrações, em particular na fronteira sul", disse Paulo Portas, à margem de um evento em Lisboa.

O governante considera que "a indiferença não é a boa resposta" face àquilo que se está a observar e já se observava nos últimos anos. E lança um alerta: "Se nada for feito, continuaremos a ver".

Paulo Portas sublinha que a Europa precisa dar prioridade política à questão das migrações em colaboração com os Estados do outro lado do Mediterrâneo.

"Não é possível agir isoladamente, é preciso não ter nenhuma condescendência com as máfias organizadas que exploram seres humanos e é preciso ter projectos audaciosos de cooperação e desenvolvimento que estimulem o crescimento económico nos países de origem deste fenómeno. Há imenso por fazer e eu acho que o Papa tem toda a razão", disse.

Portas lembrou ainda que o Mediterrâneo "é o berço de uma civilização", mas que semana após semana se está a transformar no túmulo do desespero de seres humanos "que fazem o possível e o impossível para fugir da guerra e da miséria".

O governante português falou depois do naufrágio de domingo de uma embarcação com pelo menos 700 pessoas a bordo, acidente ocorrido poucos dias depois de uma tragédia semelhante fazer cerca de 400 desaparecidos.

Na quinta-feira, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia vão celebrar um Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas, na sequência das mais recentes tragédias no Mediterrâneo.

No domingo, após a notícia do naufrágio no Mediterrâneo, o líder da Igreja Católica fez um "apelo à comunidade internacional para que actue com decisão e rapidez, com o objetivo de evitar que este tipo de tragédias voltem a ocorrer".

"São homens e mulheres como nós. Irmãos que procuram uma vida melhor. Têm fome, são perseguidos, estão feridos, são explorados e são vítimas de guerras que procuram uma vida melhor procurando a felicidade", acrescentou o Papa Francisco.

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