Novo Presidente da Nigéria assume incapacidade para encontrar raparigas raptadas
As 216 adolescentes raptadas há um ano pelo Boko Haram continuam desaparecidas.
O Presidente eleito da Nigéria, Muhammadu Buhari, reconheceu a dificuldade em encontrar as 219 raparigas raptadas há exactamente um ano, a 14 de Abril de 2014, pelo grupo islamista Boko Haram.
“Não sabemos se as raparigas de Chibok podem ser socorridas. O seu paradeiro continua desconhecido. Gostaria muito de o poder fazer, mas não posso prometer encontrá-las”, declarou, num comunicado.
Para esta terça-feira, estão previstas vigílias, orações e concentrações.
O rapto de 276 adolescentes na cidade do nordeste da Nigéria – dezenas conseguiram depois fugir, mas 216 continuam desaparecidas – causou emoção, um pouco por todo o mundo.
Desde que, em Maio de 2014, o grupo divulgou um vídeo que mostrava cerca de uma centena delas, recitando passagens do Corão que não há informações sobre elas. O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, declarou ter convertido as sequestradas que não eram muçulmanas e que todas foram “casadas à força”.
O Exército nigeriano chegou a informar que sabia onde estavam as raparigas mas que uma operação de resgate seria muito arriscada.
Embora tivesse sido muito mediatizado, o caso das raparigas de Chibok está longe de ser invulgar. A Amnistia Internacional recordou que pelo menos 2000 mulheres e raparigas foram raptadas na Nigéria desde o início do ano passado.
As Nações Unidas e várias organizações de defesa dos Direitos Humanos têm igualmente denunciado o ataque deliberado a crianças pelos islamistas, cuja insurreição e repressão causaram nos últimos seis anos pelo menos 15 mil mortos.
Em Abuja, capital da Nigéria, está prevista uma concentração promovida pelo movimento #Bringbackourgirls, tal como tem acontecido diariamente no último ano. Para Lagos está prevista uma vigília à luz de velas, noticiou também a AFP.
Segundo os responsáveis da campanha, em Nova Iorque, o Empire State Building deverá ser envolvido em vermelho e violeta, em solidariedade e para simbolizar a luta contra a violência contra as mulheres.