PS de Cascais acusa autarca de agir tarde em defesa da linha ferroviária

Linha de Cascais conta, desde domingo passado, com menos 51 comboios. Presidente Carlos Carreiras pediu reuniões com a administração da CP e com a secretaria de Estado dos Transportes.

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Na CP, a Linha de Cascais servirá de projecto-piloto para a abertura das restantes concessões a privados Nuno Ferreira Santos

O presidente da concelhia do PS de Cascais, Luís Reis, acusou nesta segunda-feira o presidente da câmara, Carlos Carreiras (PSD/CDS-PP), de "agir tardiamente" na defesa da Linha de Cascais e dos interesses dos munícipes.

"O presidente da câmara continua a agir tardiamente e a desvalorizar o serviço da Linha de Cascais para justificar a sua concessão a privados, da qual sairemos todos prejudicados", lamentou o socialista.

Esta acusação de Luís Reis surge depois de Carlos Carreiras se ter manifestado contra a redução de comboios em circulação na Linha de Cascais fora das horas de ponta, que a CP determinou para vigorar a partir desde o último domingo.

Numa nota enviada à agência Lusa, o autarca informou ter entrado já em contacto com a administração da CP e com a secretaria de Estado dos Transportes, "ficando agendadas reuniões para a próxima terça-feira, dia 20, de modo a analisar e a eventualmente reverter a decisão tomada".

Numa reação à posição do presidente da câmara, o líder da concelhia do PS lamentou que o autarca não tenha agido mais cedo. "Marca estas reuniões para criar um palco político, quando o que ele devia ter feito era antecipar esta situação e ter evitado este desinvestimento. Queríamos ver o presidente da câmara a defender os munícipes e não a defender a estratégia de privatização do governo", afirmou Luís Reis à agência Lusa.

A Linha de Cascais passou a ter menos 51 comboios e novos horários de circulação no domingo passado. A CP eliminou grande parte dos rápidos (os que faziam o trajecto Cais do Sodré - Oeiras entre as 10h e as 17h) e implementou um horário em que predominam os comboios que param em todas as estações e apeadeiros.

Na Linha de Cascais, que liga esta cidade ao Cais do Sodré, em Lisboa, circulavam 251 comboios por dia e, desde domingo, passaram a circular 200.

A decisão, segundo a empresa, surgiu após uma análise feita à procura daquela linha férrea, da qual se constatou que o volume total de passageiros naquele período não justificava a frequência de comboios rápidos. Fonte oficial da empresa disse ao PÚBLICO que a taxa de ocupação dos comboios, fora das horas de ponta, na linha de Cascais é de 22%, sendo de 11% nos comboios “curtos” entre Oeiras e Cais do Sodré que foram eliminados.

A CP assegurou, ainda, que irá monitorizar "atentamente a evolução e comportamento da procura na Linha de Cascais", para verificar a necessidade de eventuais ajustamentos.

 

 

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