Protocolo prevê ida de 150 professores portugueses para Timor

Docentes vão não só dar aulas, como também formação.

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Para o ministro Nuno Crato o novo programa dá "grande liberdade metodológica aos professores" Nuno Ferreira Santos

O protocolo de cooperação assinado nesta sexta-feira em Lisboa pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e pelo homólogo timorense, Bendito dos Santos Pereira, prevê a ida para aquele país, em 2015, de 150 professores portugueses, no âmbito do projecto “Centros de Aprendizagem e Formação Escolar de Timor-Leste”.

Os docentes vão dar aulas, mas também contribuir para a formação de colegas timorenses. Em 2015, estarão naquele território cerca de 300 professores portugueses, 150 através deste protocolo. “Em 2015 estamos a falar em 150 professores. Já temos cerca de uma centena de professores na Escola Portuguesa. Em 2015 teremos estes 150 professores nestes centros de aprendizagem e temos ainda outras formas de cooperação: tanto na universidade como na formação de professores por via do Instituto Camões”, sublinhou Nuno Crato. O processo de recrutamento já está em curso.

De acordo com uma nota enviada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), este protocolo pretende reforçar “a vertente de formação de docentes timorenses, estando previstas várias modalidades de apoio", tais como "períodos de estágio integrado na formação inicial", de formação complementar - após conclusão da formação inicial -, "bem como acções de capacitação pontuais em matéria de formação de professores e de quadros da administração e gestão escolar timorenses”.

Este projecto sucede ao das “Escolas de Referência de Timor-Leste” que conta, actualmente, com 11 estabelecimentos de ensino em vários distritos daquele país, nos quais alunos e professores timorenses têm acesso aos currículos nacionais de Timor em língua portuguesa. Portugal tem afectado docentes portugueses para estes estabelecimentos, no ensino pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos do ensino básico e ainda para a formação de professores timorenses.

Actualmente existem escolas em 11 capitais de distrito timorenses, abrangendo mais de 3500 alunos. Em 2015, com a abertura de mais duas, todos os distritos timorenses ficarão contemplados.

Após a cerimónia, questionado sobre a expulsão de sete portugueses que estavam integrados no quadro da cooperação judicial, o ministro da Educação de Timor disse que a cooperação portuguesa na área do ensino é um “exemplo”. “Creio que a cooperação portuguesa na área da educação é o exemplo. É um modelo em Timor-Leste. Nós estamos a avançar com passos muito seguros, a cooperação está muito sólida e esperemos que o acordo que nós temos fortaleça este espírito da cooperação. Não vejo dificuldades em relação ao Ministério da Educação”, afirmou.

Também Nuno Crato defendeu que “a cooperação educativa tem funcionado com grande confiança”: “Nós temos falado sempre sobre a resolução de todos os problemas e todos os problemas que existem têm sido ultrapassados e a nossa cooperação tem sido exemplar. Da minha parte é isso o que eu posso dizer.”.

O Governo de Timor ordenou em Novembro a expulsão de oito funcionários judiciais, sete dos quais portugueses. 

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