No que parece uma medição da força e da vontade que resta ao regime dos irmãos Castro, estão presos 13 dissidentes cubanos, entre os quais figuras destacadas da oposição, que tinham ido protestar até à porta da prisão de Vivac contra a detenção de um outro grupo, preso na terça-feira, quando tentavam organizar uma performance não autorizada da artista Tania Bruguera. Entre os últimos detidos está a própria artista, noticiou a blogger Yoani Sánchez.

Houve notícias contraditórias sobre se Bruguera tinha sido detida ou se apenas tinha ido apelar à libertação dos dissidentes – entre eles, o marido de Yoani Sánchez, Reinaldo Escobar. Alguns dos dissidentes detidos na terça-feira foram libertados; outros, não.

Os Estados Unidos, que anunciaram o restabelecimento de relações diplomáticas com Havana, manifestaram a sua preocupação com estas detenções, a propósito do evento que Tania Bruguera queria promover: um protesto de microfone aberto na Praça da Revolução, em frente da sede do Governo, em que “os cubanos pudessem falar durante um minuto daquilo que os preocupa”.

“O Governo respondeu a esta performance com uma repressão preventiva”, afirmou Elizardo Sánchez, presidente da Comissão Nacional dos Direitos do Homem e da Reconciliação Nacional, uma associação ilegal mas tolerada pelo regime dos irmãos Castro. Os media pró-governamentais, por seu lado, denunciavam uma “provocação política”, diz a AFP.