A empresa norte-americana Uber encerrou os seus serviços em Espanha, depois de um tribunal ter considerado a sua actividade ilegal na sequência de uma queixa apresentada por taxistas de Madrid.

“Queremos respeitar a lei e decidimos suspender o serviço”, revelou Carlos Lloret, responsável pela aplicação em Espanha.

A Uber é uma aplicação que funciona como uma espécie de central de táxis privada, em que os utilizadores solicitam um carro com motorista para os transportar.

Disponível em mais de 250 cidades de 53 países, a Uber tem sido fortemente contestada pelos taxistas, que a acusam de concorrência desleal.

Em Espanha, foi precisamente uma queixa da associação de taxistas de Madrid que levou o tribunal a interditar o negócio da Uber.

“Suspendemos temporariamente a UberPOP [nome da aplicação em Espanha] enquanto recorremos da decisão na justiça e estudamos novas opções que permitam dar aos espanhóis acesso a viagens seguras e confortáveis”, acrescentou Carles Lloret, numa nota publicada no blogue da empresa.

“Durante esta suspensão temporária da Uber POP, vamos colaborar com os políticos espanhóis para desenvolver um novo e necessário quadro legislativo, a fim de criar um espaço justo para a Uber e a economia colaborativa”, acrescenta a mesma nota.

Lançada em Abril de 2014 em Espanha, primeiro em Barcelona e depois em Madrid e Valência, a Uber viu a sua actividade ser declarada ilegal no país a 9 de Dezembro. Na prática, desde o dia 26 de Dezembro que a aplicação não funciona, porque os operadores de cartão de crédito já tinham cortado as comunicações, algo que impedia a concretização de pedidos dos clientes.

A Uber está a braços com a justiça em vários países. Em França, por exemplo, a lei já impede que motoristas não profissionais transportem passageiros e vai ser mais rigorosa a partir desta quinta-feira, 1 de Janeiro.

Também na Tailândia a aplicação foi considerada ilegal, enfrentando ainda obstáculos na Alemanha, Holanda e Bélgica, por exemplo.

A Uber está também disponível em Portugal – em Lisboa e no Porto -, tendo igualmente motivado queixas dos taxistas.