Obama nomeia um veterano "sem medo" para a Defesa

Ashton Carter tem 60 anos e é conhecido pela sua determinação. Defende um uso mais eficaz do poder militar americano no mundo.

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Obama com o seu novo secretário da Defesa, Ashton Carter Reuters

Encontrar um nome a que a bancada republicana não levantasse objecções era uma urgência de Obama, depois do pedido de afastamento de Hagel, no mês passado. Carter, de 60 anos, é um especialista em defesa nacional com uma carreira longa e respeitado em Washington.

"Não chegaria a chamar-lhe ‘falcão’, mas é bastante determinado quanto ao que pode ser feito com o poder militar americano", disse ao Post William J. Perry, secretário da Defesa de Bill Clinton e um dos mentores de Ashton Carter.

Carter foi o número dois do Pentágono entre 2011 e 2013 e, antes, foi subsecretário para as Aquisições, Tecnologia e Logística. Obama disse que, apesar de não estar nos holofotes, tinha um lugar cativo na sua "sala de crise": "Esteve sempre ao meu lado nos momentos em que enfrentámos os desafios mais complexos e sempre confiei na sua experiência e nas suas avaliações".

Formado em Física e História Medieval pela Universidade de Yale, Carter invocou razões pessoais para deixar o lugar de subsecretário de Defesa — na altura os comentadores da política de Washington disseram que não queria entrar em choque com o novo número um, com quem adivinhava que poderia chocar, precisamente Chuck Hagel, que agora substitui.

Ao anunciar a nomeação, Obama agradeceu-lhe este "regresso" e lembrou algumas das decisões pelas quais foi responsável, entre elas o programa para o desmantelamento das armas de destruição em massa e a redução do terrorismo nuclear, sendo esta última uma de suas áreas de especialidade.

Carter — disse Obama — é um reformador que "não tem medo" de tomar decisões — deu como exemplo que não hesita em desmantelar um programa que não se mostre eficaz — e que conhece o Pentágono "de cima abaixo". É um veterano do Departamento de Defesa, onde trabalhou sob as ordens de 11 secretários, republicanos e democratas, sendo respeitado pelas chefias militares e civis, disse o Presidente.

O Presidente enumerou os desafios de Carter, que são os desafios da segurança nacional até ao final do seu mandato: o jihadismo do Estado Islâmico, o fim da missão no Afeganistão e a luta contra o ébola em África.

Na cerimónia a que assistiram Hagel e o vice-presidente Joe Biden, Carter explicou que aceitou este lugar "pela importância dos desafios estratégicos" que os Estados Unidos enfrentam.

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