Autoridades procuram bactéria legionella em vários pontos da rede pública de água

Surto na Grande Lisboa de origem ainda desconhecida fez quatro mortos e mantém 180 doentes internados. Devem ser evitados, por agora, os duches, jacuzzis e hidromassagens, mas a água pode ser consumida.

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Devem ser evitados, por agora, os duches, jacuzzis e hidromassagens, recomenda a DGS Enric Vives-Rubio

As autoridades estão a tentar descobrir a origem do surto de doença do legionário que se verifica em Vila Franca de Xira. Segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), foram recolhidas amostras de água em vários pontos da rede pública, reservatórios e torres de refrigeração, incluindo num hotel e várias fábricas.

A informação foi avançada no final de uma reunião que se estendeu ao longo da tarde deste sábado e na qual participaram representantes do Ministério da Saúde, Ministério do Ambiente (APA), Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERAR) e da EPAL- Grupo Águas de Portugal.

O director-geral da Saúde, Francisco George, confirmou já nesta domingo a existência de 180 casos diagnosticados de infecção respiratória causada pela bactéria legionella, a maioria no Hospital de Vila Franca de Xira e os restantes reencaminhados para outros hospitais da área metropolitana de Lisboa. Ao princípio da tarde de hoje, havia quatro mortos confirmados e 24 pessoas estavam internadas em unidades de cuidados intensivos.

Os doentes residem quase todos nas três freguesias do sul de Vila Franca de Xira: Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga. Só 10% seriam provenientes de outras zonas do concelho.

Está em curso, explicou por escrito a DGS, a recolha de amostras nas torres de refrigeração. E a “ser verificadas in loco, com o SMAS, a aplicação das medidas de cloragem em toda a rede”, de modo a garantir os níveis de cloro recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Por prevenção, já fora feita a cloragem da água das zonas afectadas e iniciado o processo de limpeza e desinfecção dos reservatórios.

Francisco George deixou diversas recomendações à população, que foram depois reiteradas no comunicado enviado aos órgãos de comunicação social: “Devem ser evitados, por agora, os duches, jacuzzis e hidromassagens enquanto a fonte do problema não for identificada; as cabeças dos chuveiros devem ser desinfectadas por imersão em solução com lixívia, durante cerca de 30 minutos, uma vez por semana, como medida de precaução; nos termoacumuladores, a água deve estar regulada para temperaturas acima dos 75ºC”.

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