Governador do Missouri chama Guarda Nacional para Ferguson

Autópsia privada revela que Michael Brown foi atingido por pelo menos seis disparos.

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A manifestação de domingo começou pacífica mas acabou com violência Joshua Lott/AFP

O Governador do Missouri anunciou que vai chamar reservistas da Guarda Nacional dos Estados Unidos para se juntarem à polícia em Ferguson quando, apesar de ter sido decretado recolher obrigatório na localidade, continuam os protestos violentos pela morte de Michael Brown, um jovem negro de 18 anos, por um polícia.

A medida surge ao segundo dia de recolher obrigatório e quando são conhecidas as primeiras informações sobre a morte de Brown – os resultados preliminares de uma autópsia privada, pedida pela família, mostraram que Brown foi atingido por pelo menos seis disparos, dois dos quais na cabeça. Ainda segundo este relatório, a última bala tê-lo-á atingido na cabeça quando já estava a cair.

O Departamento de Justiça dos EUA, que está a levar a cabo uma investigação independente ao caso, ordenou uma terceira autópsia a ser feita por um especialista federal, uma acção fora do normal justificada pelas “circunstâncias extraordinárias” do caso.

As autoridades locais não deram informações sobre a sua própria investigação e resistiram até a indicar o nome do polícia que disparou, o que acabaram por fazer este fim-de-semana, uma semana após o incidente.

Informação e justiça têm sido pedidas pelos manifestantes da localidade, onde os agentes da polícia são quase todos brancos, apesar da grande maioria dos habitantes serem negros (cerca de 70% dos habitantes).

Versões dividem-se sobre quem culpar pelo instigar da violência nas manifestações – se a multidão em fúria se a polícia altamente militarizada.

Em relação aos confrontos de domingo, a polícia disse que os agentes foram atacados por cocktails Molotov e que não tiveram outra solução que não fosse responder com gás lacrimogéneo.

Depois de mais esta noite de confrontos mesmo com recolher obrigatório, e de mais de uma semana de violência, o governador do Missouri, Jay Nixon, resolveu deslocar a Guarda Nacional, composta por reservistas do exército e da força aérea, “para ajudar a restaurar a paz e proteger os cidadãos de Ferguson”.

Nixon culpou “um número crescente de indivíduos, muitos de fora da comunidade e do estado”, por terem manchado um dia de “orações e protestos pacíficos”. O governador mencionou um incidente em que houve disparos contra um civil e ataques “violentos, deliberados, coordenados e que estão a intensificar-se” para justificar chamar a Guarda Nacional do estado do Missouri para ajudar a polícia local a lidar com a violência.

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