Papa apela à reconciliação entre Coreias no início de visita a Seul

Francisco vai estar cinco dias na Coreia do Sul. À chegada falou na necessidade de tomar o caminho da diplomacia e de passar a mensagem de paz aos jovens.

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É a primeira visita de um Papa à Ásia em 15 anos. Com essa responsabilidade na bagagem, Francisco chegou nesta quinta-feira à Coreia do Sul, país com perto de cinco milhões de católicos, cerca de 11% da população, para uma estadia de cinco dias. Prudente nas palavras sobre o conflito que opõe as duas Coreias, pediu que a “demonstração de forças” seja trocada pelo diálogo e pela diplomacia.

Ainda antes de chegar à Coreia, Francisco deixou uma mensagem ao Presidente chinês enquanto o avião do Vaticano atravessava o espaço aéreo do país, o que aconteceu pela primeira vez desde 1989, ano em que foi recusado um pedido papal para sobrevoar o território chinês. “Ao entrar no espaço aéreo chinês, estendo os melhores cumprimentos a Vossa Excelência e aos seus concidadãos, e invoco as bênçãos divinas de paz e de bem-estar sobre a nação”, disse a Xi Jinping.

China e Vaticano não têm relações diplomáticas oficiais. Desde que o Partido Comunista Chinês chegou ao poder foi criada uma igreja fora da autoridade do Vaticano. A visita do Papa demostra isso. Há informações de que as autoridades chinesas fizeram ameaças a padres e fiéis católitos que pretendiam participar nas celebrações na Coreia do Sul. Apesar de não haver qualquer representante da China nas cerimónias em Seul, é esperado que jovens a estudar no país vizinho o façam. Em território sul-coreano, a pressão de Pequim foi também notícia.

Quando o avião papal ainda estava em voo, a Coreia do Norte lançou três mísseis de curto alcance, um exercício que o ministro da Defesa de Seul fez questão de mencionar, apesar de ter ocorrido a várias centenas de quilómetros do avião do Papa. O disparo terá feito parte da retaliação norte-coreana a operações semelhantes feitas pelos EUA e a Coreia do Sul, mas também terá sido uma forma de chamar a atenção para o poder militar de Pyongyang numa altura em que o seu rival está no centro das atenções.

Francisco chegou ao final da manhã de ontem a Seul, onde até 18 de Agosto terá uma agenda que inclui, além de uma recepção na residência oficial da Presidente sul-coreana, encontros com jovens, com familiares de vítimas do naufrágio do ferry Sewol, em Abril, no qual morreram mais de 300 pessoas, a beatificação de 124 mártires católicos que recusaram renunciar à sua fé no século XIX, e uma missa pela paz e reconciliação.

A Coreia do Norte foi convidada por Seul a enviar dez católicos para assistirem à missa da próxima segunda-feira, mas Pyongyang recusou. O convite poderá não fazer sentido. Segundo relatórios da ONU, os cristãos são proibidos de praticar a sua religião e perseguidos no país.

À chegada a terra, o Papa dirigiu-se à Presidente Park Geun-hye e a outros membros do Governo e falou da necessidade de “reconciliação” na península coreana, um grande passo para a “estabilidade de toda a região e também para um mundo cansado de guerra”. Francisco sublinhou a importância da diplomacia, “possível com uma escuta tranquila, e do diálogo, em vez de recriminações mútuas, críticas infrutíferas e demonstrações de força”.

Aos sul-coreanos deixou um primeiro apelo em defesa da paz. “Penso que será especialmente importante reflectirmos sobre a necessidade de dar aos nossos jovens o presente da paz”. A Presidente sul-coreana respondeu ao apelo. “Acredito que alcançar uma unificação na península coreana livre de armas nucleares é uma aspiração de pessoas defensoras da paz e do amor no mundo, incluindo Sua Santidade.”

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