Erdogan eleito Presidente da Turquia à primeira volta

Resultados apontam para uma vitória do ainda primeiro-ministro com 52,1% dos votos

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Erdogan na hora de votar BULENT KILIC/AFP

O primeiro-ministro da Turquia vai ser Presidente da Turquia. Recep Tayyip Erdogan venceu à primeira vota as presidenciais deste domingo, um escrutínio disputado pela primeira vez por sufrágio universal directo.

Segundo os resultados divulgados ao fim do dia de domingo, o líder do governo conservador, de 60 anos, no poder desde 2003, obteve 52,1% dos votos.

E a sua primeira acção de vitória foi carregada de simbolismo: Erdogan dirigiu-se à histórica mesquita Eyup Sultan de Istambul para rezar, como faziam os sultões otomanos antes de subirem ao trono.

"Agradeço a todos os que trabalharam para este resultado", disse o Presidente eleito a centenas de apoiantes que se reuniram em frente da mesquita. "Vamos elevar o nível da nossa democracia e continuar na via do processo de paz " para resolver o conflito curdo, disse Erdogan numa curta declaração transmitida pelas televisões. "Que Deus nos ajude no nosso caminho".

O principal candidato da oposição, Ekmelettin Ihsanoglu, ficou-se pelos 38,9% e o representante da minoria curda, Selahattin Demirtas, recebeu 9% dos votos. A participação eleitoral situou-se entre os 70 e 75%.

Durante a campanha, Erdogan nunca escondeu que quer continuar a mandar, controlando o governo que vai deixar de chefiar e reforçando constitucionalmente as prerrogativas do chefe de Estado, até agora quase exclusivamente cerimoniais. Na hora de votar, logo de manhã, Erdogan garantiu aos jornalistas que “o Presidente eleito e o governo eleito vão trabalhar lado a lado”.

Elogiado pelo seu carisma e criticado pelo seu autoritarismo, Erdogan tem mais cinco anos de poder pela frente, ultrapassando, assim, o fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Atatürk, como o político com mais tempo de governação na história do país.

“Votei em Erdogan porque acredito que ele é o único dirigente capaz de dirigir correctamente o nosso país”, disse à AFP Zahide, uma enfermeira reformada de 52 anos, num mesa de voto de Istambul. “Ele alimentou os pobres e ocupou-se de muitas coisas que estavam por resolver na nossa sociedade”

Noutro local de voto, um médico de 40 anos, Melih Kocak, disse que votou para que Erdogan não fosse eleito. “Mas, infelizmente, já sabemos que ele vai ser Presidente.”

Ekmelettin Ihsanoglu, candidato comum da oposição social-democrata e nacionalistas, denunciou mesmo antes de serem conhecidos os resultados, uma "campanha injusta e desporcionada" do seu rival.

 

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