Comissárias: Chercher la femme

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Maria João Rodrigues apresentou as primeiras conclusões de um estudo sobre a Europa do futuro Nuno Ferreira Santos

Um dos pedidos expressos de Jean-Claude Juncker ao Governo português foi que lhe enviasse uma short-list só com nomes de mulheres.

Portugal nunca teve uma comissária, ao contrário de outros países. Dez governos já lhe enviaram os seus nomes e as mulheres não abundam. O luxemburguês mencionou nomes que seriam bem vistos, entre os quais o de Maria João Rodrigues, que não esconde a sua vontade e que tem para apresentar a sua vasta experiência europeia. A antiga ministra de Guterres e a “mãe” da estratégia de Lisboa, foi eleita para o Parlameto Europeu (PE) e é vice-presidente do Grupo Socialista.

Graça Carvalho, outro nome de que se fala em Lisboa, próxima de Barroso, de quem foi ministra da Ciência, acaba de abandonar Estrasburgo. Não tem o peso político e técnico de Maria João Rodrigues mas é um nome a considerar. Resta saber se Pedro Passos Coelho, depois da sua conversa com António José Seguro, está disposto a aceitar uma comissária que não seja da sua cor política.

Para os países mais pequenos, como Portugal, e sobretudo depois de dez anos de Barroso, a qualidade da comissária proposta pode ditar a importância da pasta que lhe é atribuída.

O primeiro-ministro parte na manhã desta quarta-feira para Bruxelas a tempo de fazer alguns contactos antes da cimeira.

A escolha de Jean-Claude Juncker para presidir à Comissão foi bastante turbulenta, graças à oposição feroz de Londres e à vontade inicial da chanceler alemã que não quis aceitar imediatamente a lógica imposta pelo PE nas eleições europeias.

Lisboa esteve sempre ao lado de Juncker, que é visto (talvez um pouco ingenuamente) como um amigo de Portugal. O Governo espera que este apoio possa agora render alguma coisa.

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