Participação “muito elevada” antecipa vitória de Assad na Síria

“O povo escolheu reconduzir os seus dirigentes para restabelecerem a segurança, lutar contra o terrorismo e reconstruírem o país”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Foto
Assad concorria contra dois candidatos desconhecidos LOUAI BESHARA/AFP

Enquanto os sírios e o mundo aguardam para saber com que percentagem é que Bashar al-Assad foi reeleito Presidente da Síria, a imprensa oficial de Damasco anunciou esta quarta-feira uma participação “muito elevada” e uma “vitória” de Assad, de 48 anos, que assim se prepara para assumir um terceiro mandato de sete anos na liderança de um país devastado por mais de três anos de guerra.

As eleições realizaram-se na terça-feira nas zonas controladas pelas forças do regime, e foram denunciadas pela oposição e pelos seus aliados ocidentais, com os Estados Unidos a falarem de “vergonha”, a França de “farsa” e a NATO a dizer que os resultados não serão reconhecidos pela comunidade internacional.

Segundo o al-Watan, próximo do poder, a taxa de participação “deverá situar-se entre os 70 e os 80%” em sete das 14 províncias do país (o que corresponde a 40% do território, onde vive 60% da população). “O candidato Bashar al-Assad dirige-se à vitória (…) tendo em conta o elevado número de pessoas que votaram (nele). Só o povo está em condições de traçar o futuro do país”, escreve o jornal.

Nos boletins de voto, Assad tinha dois concorrentes, Hassan al-Nouri e Maher al-Hajjar, duas figuras absolutamente desconhecidas da população em geral.

“Face à conspiração, o povo escolheu reconduzir os seus dirigentes para restabelecerem a segurança, lutar contra o terrorismo e reconstruírem o país. Estas são as palavras de ordem da próxima etapa”, afirmou o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid Muallem, citado na imprensa.

O regime de Assad nunca reconheceu o movimento de contestação lançado em Março de 2011 e que, depois de ter sido alvo de uma brutal repressão, se transformou em revolta armada levada a cabo por aqueles a que o poder qualifica de “terroristas”.

Apesar da guerra, que já fez mais de 162 mil mortos, que pôs em fuga nove milhões de pessoas e deixou o país em ruinas, uma parte da população continua a apoiar Assad.

“As assembleias de voto foram tomadas de assalto pelos eleitores. Isso reflecte o seu enorme sentido de responsabilidade em relação aos desafios do futuro e à guerra contra o terrorismo que a Síria tem que travar”, escreveu o as-Saoura, outro jornal oficial.

Sugerir correcção
Comentar