Os anteriores grupos de extrema-direita no PE

Pequenos grupos vingaram nos anos 1980, mas de 1994 a 2007 não houve entendimentos. Em 2007, o grupo nacionalista não chegou a completar um ano.

Irá Marine Le Pen seguir os passos do seu pai também na Europa? Jean-Marie Le Pen foi quem fez a primeira tentativa de estabelecer um grupo de extrema-direita no Parlamento Europeu, em 1984.

O Grupo de Direitos Europeus tinha o mínimo requerido nessa altura, 17 eurodeputados, e para além da Frente Nacional incluía os neofascistas Movimento Nacional Italiano, a União Política Nacional grega, nostálgica da ditadura militar, e o partido unionista da Irlanda do Norte. O grupo durou até às eleições seguintes, em 1989, quando o eurodeputado grego não foi reeleito e o líder do MNI, Gianfranco Fini, virava o seu partido mais ao centro, deixando de lhe interessar a aliança extremista.

Dissolvido este grupo, Le Pen procurou outras alianças e em 1989 criou o Grupo Técnico dos Direitos Europeus, com 17 deputados da FN, do bloco flamengo belga, e do partido alemão Die Republikaner. Tal como no caso do primeiro grupo, este também era liderado por Le Pen. Sofreu logo a deserção de alguns dos alemães (uns por querelas internas, outro por desacordo com os flamengos), mas o grupo manteve-se até às eleições seguintes.

Em 1994, não conseguindo superar a falta dos alemães, o grupo implodiu, depois de ter tentado cortejar, sem sucesso, o austríaco FPÖ de Jörg Haider (que na altura procurava ser respitável por isso não queria associar-se a uma Frente Nacional vista como demasiado extremista). Os nacionalistas franceses, flamengos, italianos e austríacos ficam então como não inscritos, ou seja, não pertencendo a qualquer grupo político do PE.

Uma nova tentativa para um grupo deste género ocorreria só em 2007. O grupo Identidade, Tradição, Soberania foi presidido por outro francês da Frente Nacional, Bruno Gollnisch (que tal como Le Pen também foi condenado a pagar uma multa por negação do Holocausto). Juntava 23 eleitos da FN, do bloco flamengo, do FPÖ austríaco, de dois partidos italianos (Alternativa Social e Chama Tricolor), o partido da Grande Roménia, o Ataka búlgaro, e um deputado britânico do UKIP em ruptura com o líder Nigel Farage.

O grupo desfez-se passado menos de um ano depois de comentários xenófobos em relação aos romenos feitos pela deputada italiana Alessandra Mussolini, neta do ditador italiano, a propósito de um crime em que o principal suspeito era um cigano romeno. Os eurodeputados do Partido Grande Roménia saíram, deixando o grupo com menos deputados do que os requeridos.

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