Seguro pisca o olho ao Bloco e ataca PCP

Líder socialista dá tréguas à direita e atira críticas aos comunistas por defenderem a saída do euro. Assis mantém a pressão sobre os maiores adversários.

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Miguel Nogueira

De forma subtil, o secretário-geral do PS separou esta quinta-feira as águas à sua esquerda. No almoço com apoiantes em Vila Nova de Gaia, quando falava sobre os ataques ao seu partido durante a campanha, António José Seguro falou na “coincidência de ataques ao PS”.

Depois de considerar normal que a direita criticasse o principal partido da oposição, por ser a “única alternativa credível”, apontou as baterias ao PCP. “Estranhamos que também seja assim do lado do PCP”, disse, antes de criticar a postura dos comunistas em relação ao euro: “Ao contrário do PCP, nós não defendemos a saída do euro.”

O líder socialista afirmou depois que o facto de a direita e o PCP convergirem nos ataques à candidatura socialista não era “uma coincidência inocente”.

Sobre o Bloco de Esquerda (BE), nem uma palavra. O reparo aconteceu no mesmo dia em que Francisco Assis, num debate realizado na rádio Antena 1, ter feito um mea culpa precisamente sobre o BE, ao reconhecer não fazer a separação devida entre as posições do BE e as do PCP.

De resto, Seguro voltou a apelar ao voto útil no PS, por ser o único partido “em condições de derrotar o Governo”. Por seu turno, Assis optou por manter o ataque à direita, recordando a responsabilidade de PSD e CDS no pedido de assistência financeira. “Foi a direita que trouxe a troika para Portugal, e trouxe-a com contentamento”, disse o cabeça de lista.

Horas antes, em Felgueiras, Assis comentara as recentes sondagens que davam vantagem ao PS sobre a direita nas europeias. “Todas as sondagens conhecidas colocam claramente o PS em primeiro lugar e a direita com muito maus resultados. Respeitamos as sondagens, mas faremos o nosso trabalho até ao último dia”, declarou Francisco Assis.

E tentou encerrar a polémica à volta da não-comparência do fundador do PS no último dia de campanha. “Mário Soares tomou a atitude que tomou. Mas é melhor estar presente politicamente, embora não fisicamente, como é o caso de Mário Soares, do que a situação da coligação PSD/CDS, em que Marcelo Rebelo de Sousa esteve com eles fisicamente, mas não politicamente”, anotou.

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