Silva Pereira pede ao PS para cerrar fileiras à volta de Sócrates

Ex-ministro lembrou aos militantes que “a solidariedade é muito importante no PS”. E que quando “um socialista é atacado é todo o PS que é atacado”.

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Pedro Silva Pereira Nelson Garrido

Foi o discurso-surpresa da noite que acabou por trazer o apelo mais inesperado. Quando o antigo número dois de José Sócrates no Governo chegou à Casa do Templo, em Cabeceiras de Basto, já o comício tinha arrancado. Mas Pedro Silva Pereira chegou a tempo de lhe cederem o palanque. A partir do qual chamou as tropas socialistas para defenderem o ex-primeiro-ministro.

“A solidariedade é muito importante no PS. Quando um socialista, quando um grupo de socialistas, quando uma estrutura do PS está em luta, é todo o PS que está em luta. Quando um socialista é atacado, quando é acusado do que quer que seja injustamente, é todo o PS que é atacado.”

O nome do ex-primeiro-ministro não foi referido. Mas, de forma subtil, o ex-ministro da Presidência apelava ao brio socialista para que reagissem ao ataque do líder do CDS, Paulo Portas, que acusara Sócrates, um dia antes, de ser o “pai do resgate”. “Defendemos juntos o passado do PS”, insistiu Silva Pereira na sala lotada.

Esse apelo destoou do tom da campanha socialista. O mais próximo a que Francisco Assis chegara nos dias anteriores fora através do elogio à unidade do partido. Mas, de forma mais discreta, resultava na mesma mensagem. “Alguns gostariam que neste momento lhes aparecesse um PS desunido, um PS escondido, um PS semiclandestino. O PS é um grande partido e é por ser um grande partido que está nesta situação”, orgulhou-se Assis. Um orgulho que se manifestava dois dias depois de ter ficado encerrada a participação de Sócrates na campanha, que o cabeça de lista anunciou ainda antes dos 15 dias oficiais de estrada.

O resto do comício seguiu a linha habitual. A intervenção de Isabel Coutinho insistiu numa das aspirações dos socialistas. De que as europeias fossem um golpe fatal para o Governo. A dirigente das mulheres socialistas, ao apelar ao voto, assumiu que a dimensão da vitória não era “indiferente”. Um “resultado histórico”, avisou, permitiria “travar logo, se calhar mais cedo, as próximas legislativas”.

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