BE apresenta queixa na CNE sobre Conselho de Ministros durante a campanha eleitoral

Primeiro-ministro marcou para dia 17 de Maio - oito dias antes das eleições para o Parlamento Europeu - um Conselho de Ministros para aprovar o "documento de estratégia de médio prazo".

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Enric Vives-Rubio

O BE vai avançar esta segunda-feira à tarde com uma queixa para a Comissão Nacional de Eleições sobre o Conselho de Ministros marcado para sábado, durante a campanha eleitoral, acusando a direita de fazer "propaganda" com os meios do Estado.

Ao final da manhã, a cabeça de lista do BE, Marisa Matias, tinha dito que estava em aberto a possibilidade de o partido apresentar queixa sobre esta questão, depois do porta-voz da CNE ter admitido, em declarações à agência Lusa, que este anúncio marcado pelo Governo suscita dúvidas relativamente à imparcialidade durante uma campanha eleitoral, não actuando, no entanto, sem haver uma queixa.

Já em Salvaterra de Magos, em declarações aos jornalistas, Marisa Matias confirmou que o BE vai apresentar queixa na CNE ainda esta tarde, justificando esta decisão com o facto de "o fracasso das políticas do Governo" fazerem com que a direita use "as instituições do Estado e os dinheiros públicos para fazer a única coisa que sabe, que é propaganda".

"Há quatro dias exactamente o Governo realizou um Conselho de Ministros extraordinário - que aliás se transformou num comício - para dizer que não queria interferir com as eleições e portanto para não fazer esse anúncio no dia 17 de Maio. Ao fazê-lo agora percebe-se muito bem a nervoseira em que está", criticou.

Interrogada sobre se esta posição surge depois de ter sido tornada pública a queixa da CDU sobre este mesmo tema, a cabeça de lista bloquista garante que o BE tomou a decisão "antes de ser conhecida a da CDU".

"De qualquer das formas eu acho que se deve fazer queixa e entendemos que devíamos fazer e foi por isso que fizemos", disse.

Em declarações a agência Lusa, o porta-voz da CNE, João Almeida, afirmou que "em abstrcato, comportamentos dessa natureza durante um período de campanha eleitoral, sem haver razões especiais que os possam fundamentar (?) não é muito leal".

O responsável sublinhou, no entanto, que não existe nenhuma posição definida pela CNE, já que "todas as apreciações são sempre feitas em função dos casos concretos em que elas ocorrem".

O primeiro-ministro marcou para dia 17 de Maio - oito dias antes das eleições para o Parlamento Europeu - um Conselho de Ministros para aprovar o "documento de estratégia de médio prazo".

 

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