Associação de Profissionais da Guarda pede para não se crucificar militar que fez striptease

O sindicalista César Nogueira defende que o militar é um “bom profissional”.

O presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR) classificou nesta terça-feira o episódio do militar que fez striptease num estabelecimento de diversão nocturna como um "erro grave" mas também defendeu que não se deve crucificar o guarda por um "acto irreflectido".

"Um erro grave", classificou, em declarações à agência Lusa, o presidente da APG/GNR, César Nogueira, que conhece "pessoalmente" o militar e que, garantiu, é "um bom profissional" no desempenho da sua função. O sindicalista, que falava na Covilhã à margem da conferência Sindicalismo em contexto de crise: os desafios das forças de segurança, na qual participou, pede ainda que não se crucifique o militar por um "acto irreflectido". "Lamentamos o que esse profissional da GNR fez. Foi certamente um acto irreflectido, pelo qual irá sofrer as consequências, mas também não podemos crucificar esse profissional", apelou.

César Nogueira assumiu que a instituição terá "certamente" de punir o guarda, mas apela a que "não se queira fazer dele um exemplo" e que se tenha em conta que é um "bom elemento", que até aqui "não tinha infringido deveres". Este responsável refere ainda que era importante tentar perceber as circunstâncias que o conduziram àquela atitude.

"Embora não concorde com nenhuma das situações, tenho de confessar que prefiro o que este militar fez do que ver profissionais a entrar no âmbito da corrupção, o que certamente pode acontecer mais devido à crise e às penalizações que todos os dias estamos a ter", disse ainda César Nogueira.

Na segunda-feira, um militar foi suspenso de funções, depois de, no fim-de-semana, ter estado num clube nocturno, onde terá participado numa dança na qual utilizou a farda, a arma e algemas de serviço. As imagens do striptease foram parar às redes sociais.

“O militar foi suspenso de imediato e assim ficará enquanto decorre o processo disciplinar instaurado. Esta situação afecta a imagem da GNR, mas isso será ultrapassado. Este tipo de actuação não é compatível com os valores da GNR e dos seus regulamentos. Recebemos até denúncias de cidadãos incomodados com esta situação”, disse o Major Marco Cruz, porta-voz da GNR. Segundo o responsável, o processo disciplinar será “rápido” e dentro de “um ou dois meses” haverá conclusões. A GNR irá também comunicar o caso ao Ministério Público por eventual ilícito criminal.

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