Coreia do Norte estende “ramo de oliveira” que o Sul diz ser uma ameaça

Carta aberta surge no contexto dos exercícios militares que Seul vai realizar em Fevereiro com os Estados Unidos.

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A carta foi enviada por ordem do líder norte-coreano, Kim Jong-Un AFP/KCNA

A Coreia do Norte enviou nesta sexta-feira uma carta à Coreia do Sul apelando à “reconciliação”, ao mesmo tempo que exige o cancelamento dos exercícios militares que Seul prepara em conjunto com os Estados Unidos, previstos para Fevereiro.

Numa carta aberta enviada por ordem do líder norte-coreano Kim Jong-Un para promover “a reconciliação e a unidade”, o regime de Pyongyang diz desejar o fim de todas as hostilidades com Seul, sublinhando que, para isso acontecer, os exercícios militares conjuntos do Sul com os EUA têm que parar.

“Aquilo que é importante para melhorar as relações entre o Norte e o Sul é a tomada de uma decisão corajosa para parar com todas as acções militares hostis”, lê-se na carta enviada pela Comissão Nacional de Defesa (CND), principal instituição militar norte-coreana.

Seus rejeitou a oferta deste “ramo de oliveira”, considerando que tudo não passa de um exercício de propaganda “falaciosa” e avisou que Pyongyang pode estar a preparar o terreno para uma nova provocação destinada a desencadear um confronto entre as duas Coreias. Na carta aberta, a CND lamenta a “atitude incorrecta e a posição negativa” de Seul e diz que o Sul “não devia duvidar da nossa proposta sem reflectir, não devia rejeitar precipitadamente a nossa sincera e séria proposta”.

Pyongyang refere-se aos exercícios militares conjuntos do Sul com os EUA, que são realizados regularmente, como “exercícios tendo em vista uma guerra com o apoio de forças exteriores”. Na semana passada, os norte-coreanos tinham anunciado um “holocausto inimaginável” se as manobras de Fevereiro forem realizadas.

Tradicionalmente, a tensão aumenta sempre na península coreana em vésperas de exercícios militares sul-coreanos e americanos, que Pyongyang considera serem um treino para uma futura invasão do Norte.

Os analistas ouvidos pela AFP sublinham que esta proposta de “reconciliação” não é para levar a sério, porque o passado mostra que quando o Norte estende a mão, de seguida avança com provocações militares.
 

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