Marco António aponta “características extraordinárias” de Marcelo para ser candidato a Belém

Porta-voz do PSD diz que o professor se precipitou ao excluir-se da corrida presidencial.

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O porta-voz do PSD afirma que Passos não excluiu Marcelo da corrida Adruano Miranda

O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, considera que Marcelo Rebelo de Sousa "características extraordinárias" para se candidar à Presidência da República em 2106, embora “não se esgotem nele as possibilidades” de o partido apresentar um candidato a Belém.

Em declarações quarta-feira à noite à RTP Informação, Marco António Costa, coordenador da Comissão Política Nacional do PSD, disse que “não há na moção [do presidente do partido, Pedro Passos Coelho] nenhuma intenção de excluir ninguém” e sublinhou que o ex-líder do partido “se precipitou” ao afirmar que estava indisponível para ser candidato.

No domingo à noite, no seu habitual comentário da TVI, Marcelo disse que Passos Coelho o afastou da corrida a Belém e mostrou-se indisponível para uma eventual candidatura às eleições presidenciais. Numa reacção à moção que o líder social-democrata levou ao 33º Congresso do PSD, o comentador deixou claríssima sua posição, ao afirmar: “A questão está resolvida quando o líder do maior partido diz que a candidatura é indesejada”.

Na moção de estratégia ao congresso do PSD, Passos traça o perfil do candidato presidencial que o partido pretende apoiar, afirmando que o futuro presidente “não pode ser um protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou um catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político”. Nem “deve buscar a popularidade fácil”.

“O Presidente deve comportar-se mais como um árbitro ou moderador, movendo-se no respeito pelo papel dos partidos, mas acima do plano dos partidos. Sendo suprapartidário”, escreve Passos, declarando que o candidato “também não pode colocar-se contra os partidos ou os governos como se fosse apenas mais um protagonista político na disputa política geral”.

Marcelo considerou que perfil que foi traçado por Passos não tinha a ver consigo e não perdeu tempo a reagir. O comentador disse na TVI que o principal problema do presidente do partido parece ser um candidato “mediático e popular”. “Ele quis excluir Marcelo Rebelo de Sousa”, declarou, afirmando que é perfeitamente legítimo. Está nas suas mãos e quis fazê-lo". O professor aproveitou, de resto, para dizer que Durão Barroso parece ser o candidato favorito do líder do PSD.

Dois dias depois, Passos reagia às declarações de Marcelo, mostrando-se “bastante surpreendido” com a sua reacção, afirmando que “não foi definido o candidato que o PSD vai apoiar”.

Agora foi a vez do vice-presidente vir a público declarar que a decisão anunciada pelo professor “foi precipitada e desadequada”. “O professor tem todas as características para ser um extraordinário candidato. Não se esgotam nele as possibilidades, mas é seguramente uma personalidade com excelentes características” , disse.

Ao ser questionado sobre se Durão Barroso se encaixa no perfil, o coordenador da Comissão Política Nacional do PSD não hesitou em responder, afirmando: “Também”.
 
 
 

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