Um professor de música, de 44 anos, começou a ser julgado nesta terça-feira no Tribunal de Oliveira de Azeméis por 28 crimes de abuso sexual de crianças, 22 crimes de abuso sexual de menores e dois crimes de pornografia de menores. Ao todo, 52 crimes de cariz sexual. As vítimas são quatro dos seus alunos que, à data dos factos, tinham entre 12 e 16 anos. Dada a natureza dos crimes, o julgamento decorre à porta fechada. O acusado não se terá pronunciado sobre o teor da acusação.

O arguido é acusado de ter aliciado os alunos para práticas sexuais, recorrendo, várias vezes, às redes sociais, desde 2009 até ser detido em Abril do ano passado. A maioria dos factos que lhe são imputados terá ocorrido em sua casa, em Carregosa, onde tinha uma escola de música particular. A denúncia dos pais de um dos alunos desencadeou uma investigação policial que levaria à sua detenção. Tudo indica que no seu computador foram encontradas várias provas, nomeadamente vídeos, fotos e conversas mantidas no Facebook, que serão analisadas durante o julgamento.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva desde Abril de 2013, chegou ao tribunal pelas 15h45 e ter-se-á remetido ao silêncio. Pouco depois, era ouvido um dos menores, uma das alegadas vítimas, sem a presença do acusado na sala de audiência. Um depoimento que durou mais de uma hora. A audição das testemunhas continua a 10 de Fevereiro e a advogada de defesa só se pronunciará sobre o caso quando a decisão tiver transitado em julgado.

A escola de música do arguido ensinava viola, acordeão, órgão, violão, entre outros instrumentos. Além disso, o professor deslocava-se a casa dos seus alunos para dar aulas. No mundo artístico, criou o grupo musical MacLima, no início deste século, que actuava em várias festas e romarias, bailes, arraiais e casamentos, de norte a sul do país.