Continuam buscas por jovem desaparecido no Meco, restantes já foram identificados

Agitação marítima obriga a fazer buscas apenas em terra. Autoridades procuram também o corpo do tripulante de um navio com bandeira do Sri Lanka, que caiu ao mar na terça-feira, ao largo do Bugio.

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Buscas continuam apenas em terra, devido à forte agitação marítima Miguel Manso

As autoridades retomaram nesta quinta-feira as buscas em terra para encontrar o corpo do último dos seis jovens estudantes levados por uma onda na praia do Meco a 15 de Dezembro. Os corpos das quatro raparigas encontradas no domingo e na segunda-feira já foram identificados.

Fonte do Centro Coordenador de Buscas e Salvamento Marítimo disse à Lusa que as buscas por Pedro Negrão, de 24 anos, começaram ao nascer do sol e estão concentradas na zona do Meco e Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra. Em simultâneo, as autoridades procuram também naquela zona o corpo do tripulante de um navio de mercadorias com bandeira do Sri Lanka, que caiu ao mar ao largo do Bugio, em Oeiras, na terça-feira.

O estado do mar – prevê-se agitação marítima, com ondas de noroeste com altura entre cinco e sete metros – obrigou as autoridades a efectuar as buscas apenas em terra.

No domingo e na segunda-feira foram encontrados os corpos das quatro raparigas, desaparecidas desde que o grupo de sete estudantes da Universidade Lusófona foi arrastado por uma onda na praia do Meco, na madrugada de 15 de Dezembro. Um deles conseguiu sair da água e sobreviveu, outro deu à costa já cadáver na manhã do mesmo dia.

Depois de uma semana no mar, os cadáveres estavam irreconhecíveis. Na segunda-feira, o director do departamento do Sul do Instituto de Medicina Legal, Jorge Costa Santos, admitia que o reconhecimento fosse possível apenas com a análise do ADN, o que deveria demorar duas semanas, atrasando a entrega dos corpos às famílias.

No entanto, na véspera de Natal os especialistas do Instituto de Medicina Legal conseguiram, em conjunto com os técnicos do Laboratório da Polícia Científica da PJ, fazer a identificação. “Foi possível através da autópsia e da identificação dos sinais particulares de cada um, dado que o reconhecimento visual era inviável, devido à deterioração da face”, explica Jorge Costa Santos.

O facto de todos os estudantes usarem o traje académico no momento em que desapareceram, e de restarem apenas “farrapos” quando foram encontrados, dificultou o processo. “Pedimos aos familiares uma lista de elementos como piercings, tatuagens, alterações anatómicas, que permitissem identificá-los”, afirma.

A confirmação “sem margem para dúvidas” foi possível através da análise dos vestígios das impressões digitais, feita pelo Laboratório de Polícia Científica da PJ.

O corpo da jovem encontrada no domingo, Ana Catarina Soares, de 22 anos, foi libertado ainda na terça-feira e o funeral realizou-se no dia de Natal, no Barreiro. Os corpos das três raparigas encontradas na segunda-feira - Carina Sanchez, de 23 anos, do Seixal; Andreia Revez, de 21 anos, de Loulé; e Joana Barroso, de Santiago do Cacém - apenas seguem hoje para as famílias.

Os jovens estudantes tinham alugado casa em Alfarim para passar um fim-de-semana naquela zona do concelho de Sesimbra. À noite deslocaram-se à praia e foram arrastados por uma onda.

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