Investigadores adiam contestação judicial a concurso da FCT

Plataforma em Defesa da Ciência e do Emprego Científico decidirá em Janeiro se avança para tribunal.

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Adriano Miranda

Só no início do novo ano, a plataforma de cientistas que vem contestando o concurso Investigador FCT 2013 vai decidir se avança ou não para o pedido judicial de anulação do processo. Os coordenadores do movimento convocaram uma reunião plenária para decidir sobre o tema, depois de terem saído da reunião desta terça-feira com o presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Miguel Seabra, sem resposta às exigências feitas nas últimas semanas.

“A FCT continua a não reconhecer às irregularidades que são por nós apontadas”, avança Quirina Ferreira, uma das cientistas que tem sido porta-voz da Plataforma em Defesa da Ciência e do Emprego Científico. Aquele movimento tinha dado até terça-feira à fundação tutelada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) para anular o concurso, sob pena de o contestar em tribunal. Mas essa decisão não será já formalizada.

A plataforma convocou para o dia 6 de Janeiro uma reunião plenária onde quer juntar “o maior número possível” dos 1700 investigadores que subscreveram a moção em que é contestada a forma como decorreu o concurso Investigadora FCT 2013. “Decidiremos democraticamente nessa reunião qual o caminho a seguir”, avança Quirina Ferreira.

Na segunda-feira, este grupo de cientistas tinha divulgado um relatório com seis páginas, onde acrescentava outros problemas àqueles que vem denunciando desde o início do mês. Por exemplo, a lista de candidaturas financiadas inicialmente publicada continha 204 nomes, tendo-lhe sido adicionada seis nomes uns dias mais tarde, “sem que para isso tenha sido fornecida qualquer justificação”. “Consideramos este facto altamente suspeito, e que a FCT não pode fazer este tipo de alterações sem dar explicações aos candidatos”, denunciavam então.

A diferença entre os nomes publicados “deve-se a um lapso por parte de um dos coordenadores do painel de avaliação na transposição das classificações para a plataforma electrónica”, esclarece a FCT contactada pelo PÚBLICO, garantindo ter corrigido o erro logo que este foi detectado.

Na reunião desta terça-feira, aquele organismo diz ter prestado os esclarecimentos solicitados, refutando as alegações de “irregularidades e ilegalidades” apresentadas. Por isso, a FCT “reitera o que já declarou publicamente: todo o exercício de avaliação decorreu no cumprimento estrito das disposições previstas no Guião de Avaliação e no respeito pelos regulamentos aplicáveis”.
 
 
 

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