O jovem angolano Nito Alves, detido em Setembro e acusado de ultraje ao Presidente José Eduardo dos Santos, foi libertado e vai aguardar julgamento fora da cadeia, com a obrigação de se apresentar uma vez por semana numa esquadra da polícia.

"Ele acabou de ser libertado. O que era o mais importante para nós era que ele ficasse a aguardar julgamento em liberdade", disse à agência Reuters o advogado Salvador Freire.

Nito Alves, de 17 anos, foi detido no dia 12 de Setembro por mandar imprimir T-shirts com a fotografia de José Eduardo dos Santos e as palavras "fora", "ditador" e "nojento". Nas costas, dirigia-se ao "povo angolano" lembrando o título de um livro do jornalista Domingos da Cruz: Quando a Guerra É Necessária e Urgente.

O objectivo era mobilizar o maior número de jovens para uma manifestação, a 19 de Outubro, a contestar o poder e, mais uma vez, como em todas as acções do Movimento Revolucionário, a lembrar o desaparecimento de dois outros activistas a 27 de Maio de 2012, Elias Cassule e Alves Kamulingue.

Os advogados pediram a libertação de Nito Alves porque o jovem estava detido há mais de 45 dias – o limite legal em Angola para as detenções de pessoas que aguardam julgamento.