NSA revê procedimentos para tentar evitar novas fugas

“O que Snowden fez provocou danos irreversíveis e significativos ao nosso país e aos nossos aliados”, defendeu Alexander, no dia em que Snowden deixou Hong Kong.

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“É evidente que o sistema não funcionou”, diz o general Alexander Jonathan Ernst/Reuters

O director da agência da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla original) anunciou que estão a ser adoptados novos procedimentos de segurança para impedir fugas de documentos como a protagonizada pelo consultor informático Edward Snowden.

“Estamos a pôr em prática medidas que nos vão dar capacidade para vigiar os nossos administradores de sistemas, o que é que eles fazem, o que é que estão a tirar. É a regra das duas pessoas. Mudámos as passwords”, explicou o general Keith Alexander numa entrevista à televisão ABC. “Mas no fim, temos de confiar nos nossos funcionários, acreditar que vão fazer o que está certo.”

Snowden não trabalhava como analista da NSA, a agência que se ocupa de interceptar comunicações; era um administrador de sistema, empregado por uma empresa privada, subcontratada pela agência. Segundo explicou ao diário britânico The Guardian, dispunha ainda assim de um acesso às bases de dados da NSA.

“É evidente que o sistema não funcionou”, diz Alexander. “Ele traiu a confiança que tínhamos depositado nele”, afirmou ainda o general, que nos EUA já teve de responder no Congresso, com muitos eleitos surpreendidos com o grau de acesso a documentos confidenciais de um subcontratado.

“O que Snowden fez provocou danos irreversíveis e significativos ao nosso país e aos nossos aliados”, defendeu Alexander, no dia em que Snowden deixou Hong Kong, um dia depois de Washington o ter acusado de espionagem, roubo de propriedade do Governo e relevação de informações classificadas, e de ter pedido às autoridades da ilha para o deterem. Snowden aterrou este sábado em Moscovo e deverá agora viajar para a Venezuela ou para o Equador.

Snowden, de 30 anos, reuniu extensa documentação sobre os programas de registos de chamadas telefónicas e de recolha de emails, fotografias, vídeos e conversas em tempo real na Internet da NSA, conhecido como PRISM, que depois enviou para o The Guardian e também para o jornal norte-americano The Washington Post.

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