Políticos e empresários pressionam Dilma a mudar de rumo

Membros do seu partido começam a suspirar por Lula, querem ouvir mais os movimentos sociais. Industriais e empresários também querem mais diálogo.

Foto
Dilma no jogo de futebol Brasil-Japão, quando foi vaiada /Kai Pfaffenbach/Reuters

A pressão vem de vários sectores, segundo o jornal Folha de São Paulo: empresarial, político e social. Todos se queixam da falta de diálogo do Governo da Presidente Dilma Rousseff e gostavam de ver uma remodelação governamental.

Por estes dias, não foi só a própria Presidente, Dilma Rousseff, que se reuniu com o antigo Presidente Lula da Silva – foram também representantes destes sectores para manifestar esse desagrado. Mais: dentro do próprio partido da Presidente, muitos querem mudança e começam a suspirar – e torcer – por um regresso do antigo e muito popular antecessor de Dilma, diz também a Folha.

A reunião de Dilma e Lula tinha tido como objectivo discutir os protestos sociais por todo o país que levaram já à descida dos preços dos transportes públicos no Rio e São Paulo.

A Folha de São Paulo acrescenta mesmo que Lula terá concordado com as críticas e prometido conversar com Dilma, para que esta tenha uma postura mais dialogante com empresários, aliados políticos e líderes de movimentos sociais.

A falta de diálogo com os movimentos sociais é a principal queixa dos aliados de Dilma que pensam que ela está a descurar uma base de apoio do PT. Alguns ministros já baptizaram mesmo um movimento de descontentamento - Cansei - com o estilo autoritário e pouco dialogante da Presidente. 

Dilma tem, para já, recusado qualquer ideia de remodelação. Espera ter de mudar ministros apenas no início do próximo ano, já que se antecipa que 14 dos seus 39 ministros possam sair para concorrer a eleições.

Os grupos têm reivindicações diferentes, conta a Folha: os industriais querem que Dilma perca a “aversão ao mercado”  e gostariam de um “ministro com livre-trânsito no empresariado”.

Os membros do Partido dos Trabalhadores, esses, querem que o Congresso seja mais ouvido e que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tenha mais autonomia para dialogar com os movimentos sociais.

Enquanto isso, uma sondagem feita ainda antes das manifestações mostrava a popularidade do Governo Dilma em queda, aparentemente pelo aumento de inflação. O executivo reconheceu ter perdido a “guerra do tomate” – cujo aumento de preço foi enorme. A queda foi de oito pontos percentuais nos últimos três meses, segundo a sondagem do instituto Ibope.

O efeito dos protestos contra o aumento do preço dos transportes públicos não estava ainda contabilizado na sondagem. Segundo o inquérito, 55% acham que o Governo é “óptimo” ou “bom”, contra 63% que tinham esta opinião em Março.  
 
 

Sugerir correcção
Comentar