BE: “Era bom que o PS começasse a dizer não ao memorando e à troika

Foto
Semedo abriu o comício que o BE realizou no Teatro do Campo Alegre Daniel Rocha

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo afirmou neste sábado, no Porto, que "era bom que o PS começasse a dizer não ao memorando e à troika", para que Portugal possa ter "futuro" e as esquerdas possam ser "mais fortes".

Semedo abriu o comício que o BE realizou no Teatro do Campo Alegre, naquela cidade, no qual também interveio a outra coordenadora bloquista, Catarina Martins.

"António José Seguro diz que Portugal tem futuro, mas tem futuro com outra política, sem aquele programa de assistência financeira" que Portugal assinou com a União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI", sustentou Semedo na sua intervenção.

O dirigente alegou que "não se pode estar do lado da oposição e ao mesmo tempo da austeridade".

"Para que Portugal tenha futuro, era bom que o PS se afastasse e começasse por dizer não ao memorando e à troika".

Desse modo, argumentou, "as esquerdas seriam mais fortes". João Semedo disse também que "há muita gente neste país que fala de outra maneira".

"Falaram no 15 de Setembro e no 2 de Março e nós ouvimos a sua voz. Milhares de pessoas disseram que estão fartos e que não aguentam este Governo e nós percebemos bem, porque também não aguentamos este Governo", afirmou.

"É junto a essas pessoas que está o Bloco de Esquerda", salientou.

Tal como Catarina Martins, defendeu também a demissão do Governo, pois sem isso, referiu, "não conseguimos interromper esta política".

João Semedo afirmou que não vale a pena contar com o Presidente da República."Cavaco é um presidente em crise, que não está à altura da crise", acrescentou, naquela que foi a sua única referência directa ao chefe de Estado.

João Semedo atacou ainda o Governo por insistir na mesma "receita" para combater a crise social e económica, uma vez que "o resultado de um ano meio de Passos Coelho e Paulo Portas" é um país que "todos os dias fica um pouco mais pobre".

O possível corte de 4.000 milhões de euros na despesa social também esteve presente na sua intervenção. Para João Semedo, "aquilo em que ainda não houve entendimento [entre o Governo e a troika] é na forma de enganar aos portugueses" sobre como e a que "ritmo" esse corte vai ser feito.

O dirigente acrescentou que "austeridade às prestações não deixa de ser austeridade"."O problema está na austeridade e não no seu ritmo. A austeridade pode ser a prestações, mas a fome e a miséria chegam a pronto e é isso que não podemos aceitar", especificou.

Sugerir correcção
Comentar