Mais de cem mortos com mãos atadas e tiros na cabeça encontrados em vala comum na Síria

Imagens mostram corpos enlameados à beira de um pequeno rio na cidade mais populosa da Síria.

Foto
Sírios tentam encontrar familiares desaparecidos entre os cadáveres Zain Karam/Reuters

Eram pelo menos 108 corpos, encontrados numa vala comum em Alepo, no Norte da Síria. Segundo o grupo de oposição Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que denunciou o “novo massacre”, poderão ser mais.

Imagens colocadas online por activistas mostravam corpos enlameados, perto de um pequeno rio, junto a um bairro de Alepo. Muitos tinham as mãos amarradas. As imagens eram chocantes. Filas de corpos inchados da água, os crânios rebentados, com sangue e terra e lama em volta. Estimava-se que houvesse ainda mais cadáveres dentro de água.

Muitos eram apenas adolescentes, segundo um capitão do Exército Livre, que luta contra o regime de Bashar al-Assad.

Os corpos iam sendo colocados junto à água. Foram-se juntando pessoas para ver os mortos antes de serem levados, procurando familiares ou amigos.

"O meu irmão desapareceu há semanas quando estava a atravessar a zona controlada pelo Governo, e nunca mais soubemos o que lhe aconteceu", explicava Mohammed Abdul Aziz à AFP enquanto ia olhando para cada um dos cadáveres.

Alepo é um grande centro industrial e a maior cidade da Síria. Tal como a capital, Damasco, esteve durante muito tempo poupada à guerra civil no país. Mas desde Julho está dividida entre as forças do Governo e forças rebeldes.

As forças do Governo e as milícias que operam em seu nome têm sido acusadas de massacres no país, uma acusação também feita às forças que combatem o regime. O conflito fez, segundo a ONU, mais de 60 mil mortos.

Os activistas que lutam contra Assad acusam as forças do regime por este último massacre. O Governo já veio acusar "terroristas" – o termo com que classifica os insurrectos – pelas mortes.
 
Notícia actualizada às 17h55 com o número de mortos
 
 

Sugerir correcção
Comentar