Newtown levou americanos a analisarem mais os problemas da sociedade

Cada vez mais cidadãos acreditam que os tiroteios reflectem problemas profundos da sociedade.

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A maioria dos inquiridos acredita que os massacres deste género reflectem mais do que problemas pessoais Emmanuel Dunand/AFP

No dia em que começaram a realizar-se os primeiros funerais das vítimas do massacre na escola primária de Sandy Hook, o jornal Washington Post e a estação ABC News divulgaram uma sondagem que aponta para uma mudança na forma como os norte-americanos encaram estes casos de extrema violência.

Para pouco mais de metade dos 602 adultos inquiridos, o massacre de sexta-feira na pequena localidade de Newtown reflecte a existência de vários problemas na sociedade norte-americana e não apenas os problemas pessoais do responsável.

A margem é relativamente pequena (52% contra 43%), mas é a primeira vez que uma sondagem feita após massacres semelhantes, nos últimos anos, mostra uma maior preocupação com factores que ultrapassam a avaliação do estado mental dos atiradores.

Nos três casos anteriores ao de Sandy Hook, a maioria dos inquiridos considerou que se trataram de casos isolados — Virginia Tech (2007), Tucson (2011) e Aurora (2012), que fizeram um total de 51 mortes.

O Washington Post salienta que o caso mais recente levou a uma mudança de opinião independentemente da sensibilidade política, com eleitores do Partido Democrata, do Partido Republicano e independentes a considerarem que o massacre de Sandy Hook é um sinal de problemas mais profundos.

Apesar desta aparente mudança, a esmagadora maioria dos inquiridos continua a opor-se à proibição total da venda de armas (71%), embora a percentagem de pessoas que apoia com veemência a aprovação de leis mais restritivas tenha aumentado desde 2007 — uma subida de 32% para 44% após o massacre na escola primária de Sandy Hook.

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