Assange pede a Obama para deixar de perseguir a WikiLeaks

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Assange falou por videoconferência a partir de Londres REUTERS

Julian Assange pediu ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para deixar de perseguir a WikiLeaks, a organização de divulgação de informação classificada de que é fundador.

“Coincidimos nos discursos que falam de paz, mas o tempo das palavras acabou. Chegou a hora dos EUA acabarem com a perseguição da WikiLeaks, dos nossos funcionários e das nossas fontes”, disse Assange numa videoconferência organizada na sede das Nações Unidas, à margem da Assembleia Geral que decorre em Nova Iorque.

O australiano, que falou a partir da embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado há três meses, afirmou que até agora nem o Reino Unido nem a Suécia deram garantias às autoridades equatorianas de que não será extraditado para os EUA, onde poderá enfrentar um julgamento e uma eventual condenação à morte.

As autoridades suecas querem interrogar Assange por suspeita de abusos sexuais, na sequência de queixas feitas por duas antigas funcionárias da WikiLeaks. Assange estava em prisão domiciliária no Reino Unido a aguardar o desfecho de um pedido de extradição para a Suécia e acabou por refugiar-se na embaixada do Equador, país que lhe concedeu asilo. Londres já disse que assim que puser um pé fora daquela representação diplomática será preso.

Na conferência Assange pediu para “não substimarem” o alcance da investigação lançada por Washington contra a WikiLeaks e disse que o FBI já tem “mais de 42 mil páginas” relacionadas com as suas actividades.

Assange criticou Obama por defender a liberdade de expressão no mundo árabe ao mesmo tempo que, segundo a sua própria experiência e da WikiLeaks, “fez mais para criminalizar a liberdade de expressão do que qualquer outro Presidente dos EUA”.

A WikiLeaks tornou-se famosa em 2010, depois de ter divulgado vídeos e milhares de documentos diplomáticos secretos, muitos deles sobre a intervenção militar dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque.

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