Um filme de terceira categoria que apresenta muçulmanos como imorais e violentos

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Protesto em Gaza contra um filme considerado ofensivo para os muçulmanos Mahmud Hams/AFP

O filme Muslim Innocence (Inocência dos Muçulmanos), é tão mau que é difícil acreditar que poderá ter custado os 5 milhões de dólares (3,9 milhões de euros) que Sam Bacile, realizador e produtor, diz que custou. Muito menos que tenha merecido atenção suficiente para desencadear violentos protestos de islamistas no Egipto e na Líbia.

Do filme de duas horas conhecem-se apenas excertos, publicados no YouTube numa espécie de trailer em que os muçulmanos são apresentados como imorais e violentos. O profeta Maomé é ridicularizado. Aparece em diversas cenas de sexo, com mulheres e com homens, aprova o abuso sexual de crianças, aponta para um burro como “o primeiro animal muçulmano”. É ainda dito que o Corão não teve inspiração divina, que foi escrito a partir da Tora e do Novo Testamento.

“Um diálogo tosco de insultos disfarçados de revelações sobre Maomé, em que os seus obedientes seguidores são apresentados como um bando de capangas”, escreveu a Associated Press. Para o Guardian, é um filme “obscuro”, a AFP descreve-o como de “baixo orçamento, com um guarda-roupa amador, um cenário confuso e cenários artificiais”. O trailer estava online desde Julho, mas ficou conhecido apenas na última semana, quando a estação televisiva egípcia religiosa Al-Nas o pôs no ar.

Bacile, um promotor imobiliário israelo-americano de 54 anos, diz que a longa metragem rodada na Califórnia foi financiada por um grupo de cem doadores judeus. Explica que ainda que trabalhou com 60 actores, mais uma equipa de 45 pessoas. Depois do ataque à embaixada norte-americana na Líbia escondeu-se. Numa conversa ao telefone com o Wall Street Journal, afirmou que o “islão é um cancro” e que este filme é um filme político.

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