Sobreviventes do 11 de Setembro expostos a tóxicos terão tratamento de saúde gratuito

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Estima-se que 70.000 pessoas estiveram expostas a substâncias tóxicas Mike Segar/Reuters/arquivo

Os 70.000 bombeiros, agentes da polícia e membros das equipas de socorro que estiveram expostos a substâncias tóxicas após os atentados do 11 de Setembro vão receber exames médicos e tratamentos gratuitos para 50 tipos de cancro.

O anúncio foi feito pelo Instituto Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho nesta segunda-feira, véspera da celebração do 11º aniversário sobre os atentados nos Estados Unidos.

De acordo com aquele instituto, os sobreviventes dos ataques às Torres Gémeas, em Nova Iorque, e ao edifício do Pentágono, em Washington, vão ser abrangidos pela lei de compensações e saúde, criada especificamente para os afectados pelo 11 de Setembro, noticia o jornal The Guardian. A lei já tinha sido aprovada em Janeiro pelo Presidente Barack Obama.

Quando as duas torres de Nova Iorque caíram, milhares de litros de combustível e plástico queimado libertaram substâncias cancerígenas. Algumas estimativas apontam para mais de mil mortes por doenças relacionadas com os ataques do 11 de Setembro, nomeadamente com as poeiras tóxicas.

A decisão “representa um importante passo em frente nos esforços para disponibilizar o tratamento necessário aos sobreviventes do 11 de Setembro”, disse John Howard, responsável pelo programa de saúde estabelecido no âmbito daquela mesma legislação. Até agora, este já abrangia as doenças respiratórias, depressões e stress pós-traumático. Daqui em diante passa a incluir 50 tipos de cancro, entre os quais o dos pulmões e a leucemia.

Com esta decisão “vamos continuar a garantir que todos aqueles que ficaram doentes por causa dos atentados do 11 de Setembro vão receber o tratamento médico que precisam e merecem”, disse o mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg, em comunicado.

Acordo para museu

Nesta segunda-feira, Michael Bloomberg anunciou que já há acordo quanto à retoma do projecto de construção do museu do Ground Zero, depois de uma disputa sobre dinheiro que suspendeu as obras durante meses. A Fundação 11 de Setembro – que controla o museu – e a Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jérsia – que está a construir a estrutura subterrânea – discutiam por causa de divergências quanto aos custos do projecto.

“Estou muito satisfeito porque podemos anunciar um acordo que vai garantir a conclusão do museu do Ground Zero”, disse Bloomberg, em comunicado. “Este acordo garante que as obras sejam retomadas muito brevemente e que só terminem quando o museu estiver concluído”, acrescentou.

O museu vai expor artefactos do dia dos atentados, desde capacetes dos bombeiros a destroços ou maquetes do local antes dos ataques. “O museu é importante como um registo histórico e vai preservar os materiais e artefactos de grande significado que contam a história do que aconteceu naquele dia terrível”, disse o mayor.

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