Washington Post vendido ao fundador da Amazon

Jeff Bezos diz que “vai ser preciso experimentação” na gestão do jornal.

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O americano The Washington Post e os restantes jornais propriedade da empresa The Washington Post Company vão ser comprados pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, num negócio de 250 milhões de dólares (cerca de 189 milhões de euros) em dinheiro. O jornal, que foi fundado em 1887, estava nas mãos da mesma família há 80 anos.

Numa carta aos funcionários, Bezos, que tem 49 anos e é o director executivo da Amazon, explicou que vai manter-se afastado da gestão quotidiana e que os cargos de administração e de direcção continuarão a ser ocupados pelas mesmas pessoas.

O negócio é feito pessoalmente por Bezos e não pela Amazon.

Bezos afirmou que não tem um plano definido para o futuro do Post numa era em que os jornais se debatem com um problema de modelo de negócio. “Isto será território por explorar e vai ser preciso experimentação”, afirmou o empresário, garantindo, no entanto, que "compreende o papel crucial" do jornal em Washington e nos Estados Unidos e sublinhando que "os valores do Post nunca vão mudar".

Jeff Bezos - que fundou a Amazon na própria casa, com um empréstimo de 300 mil euros concedido pelos pais, e a transformou num gigante de vendas online - tem, segundo a revista Forbes, a 19.ª maior fortuna do mundo, estimada em 25.200 milhões de dólares.

Na última apresentação de resultados, a empresa detentora do Washington Post comunicou que a divisão de jornais teve no segundo trimestre deste ano prejuízos de 14,8 milhões de dólares, uma subida face aos 12,6 milhões do mesmo trimestre de 2012. A empresa tem ainda uma operação de televisão por cabo, televisões regionais, bem como um negócio de testes e preparação para exames – todas estas divisões são lucrativas.

Ao longo do primeiro semestre do ano, os jornais do grupo sofreram uma queda de circulação impressa de 7,1% face ao mesmo período de 2012, totalizando uma circulação de 447.700 exemplares diários. Ao domingo, a queda foi de 7,6%, para os 646.700 exemplares.

A revista online Slate, o segundo título mais conhecido do grupo e que faz parte da mesma divisão de negócio do Washington Post, não vai ser incluída na venda, que deverá concretizar-se nos próximos dois meses.

Esta é a terceira operação em três dias de mudança de propriedade de títulos importantes nos EUA. O grupo IBT Media anunciou no sábado a compra da Newsweek por um valor não revelado. E no mesmo dia a empresa detentora do New York Times anunciou a venda do Boston Globe por menos de 10% do valor que tinha despendido em 1993.

Notícia corrigida às 23h14 O valor da venda é de 250 milhões de dólares e não 250 mil dólares.

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