Vaticano lamenta ausência de "raízes cristãs" na Constituição europeia

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O Vaticano expressa a sua gratidão para com os governos que trabalharam para dar expressão concreta à sua herança religiosa AP

O Vaticano lamentou hoje a ausência de uma referência explícita às "raízes cristãs" na nova Constituição europeia, aprovada ontem em Bruxelas.

"A Santa Sé expressa a sua satisfação por esta nova e importante etapa no processo de integração europeia, sempre apoiada e encorajada pelo Sumo Pontífice", afirmou Joaquin Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano, em comunicado.

"No entanto - continuou - a Santa Sé não pode deixar de lamentar o facto de certos governos se oporem a reconhecer explicitamente as raízes cristãs da Europa".

"Trata-se da rejeição de uma evidência histórica e da identidade cristã das populações europeias", afirma o comunicado.

O Vaticano expressa a "sua gratidão para com os governos que, conscientes do passado e do horizonte histórico na origem da nova Europa, trabalharam para dar uma expressão concreta à sua herança religiosa". No final de Maio, sete países da União Europeia - Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, República Checa, Eslováquia e Itália - pediram a inscrição de uma referência ao cristianismo no projecto de Constituição europeia, mas a oposição de vários países, liderados pela França, foi mais forte.

A Constituição cita no seu preâmbulo as "heranças culturais, religiosas e humanistas da Europa, a partir das quais se desenvolveram os valores universais que constituem os direitos invioláveis e inalienáveis da pessoa humana, bem como a democracia, igualdade, liberdade e o Estado de direito".

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