As eleições primárias do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), para escolher o candidato às legislativas de 2015, vão ser abertas não só a militantes mas também aos simpatizantes a partir dos 16 anos. A alteração foi aprovada durante a Conferência Política dos socialistas que decorreu este fim-de-semana, em Madrid.

Apesar de se tratar de uma conferência para se discutir o programa político do partido, o debate sobre a liderança esteve presente nos corredores do Palácio Municipal de Congressos de Madrid, como escreve o El País. A marcação das eleições primárias será anunciada depois da reunião do Comité Federal do PSOE, em Dezembro, mas, de acordo com a imprensa espanhola, o sufrágio interno deverá ser marcado apenas para depois das eleições europeias de Maio.

À semelhança do que acontece com o Partido Socialista francês ou com o Partido Democrático italiano, também o PSOE vai alargar o direito de voto nas eleições internas aos cidadãos simpatizantes.

Entre as propostas aprovadas neste sábado, durante a Conferência Política do PSOE, está também a redução do número de assinaturas de militantes necessárias para a apresentação de uma candidatura às primárias, de 10% para 5%. Desta forma, passam a ser necessárias cerca de 11 mil assinaturas de militantes socialistas.

A diminuição do limiar necessário para a apresentação de candidatura às primárias é encarada como uma forma de aumentar a competitividade, possibilitando um maior número de candidatos à sucessão do actual secretário-geral do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba. “O PSOE colocou alguns requisitos aos candidatos que tornam muito difícil conseguir apresentar uma candidatura se não se fizer parte do aparelho partidário”, observava, em declarações ao PÚBLICO, o professor da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona, Javier Astudillo, ainda antes da conferência.

As Juventudes Socialistas viram aprovada a sua moção para baixar para 16 anos a idade mínima para votar nas eleições primárias do PSOE. As alterações ao regulamento das primárias vão ser discutidas em pormenor na reunião do Comité Federal do PSOE, em Dezembro.

Uma moção apresentada no sábado pelo líder da federação de Madrid do PSOE, Tomás Gómez, que pretendia a marcação das primárias para o primeiro semestre de 2014 foi chumbada por mais de 200 votos contra apenas oito.