Serviços secretos americanos admitem falhanço no esquema de protecção da Casa Branca

Congressistas censuram brecha na segurança, depois de um homem armado com uma faca ter conseguido entrar na Casa Branca sem autorização.

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Serviços secretos reforçaram segurança da Casa Branca depois do incidente AFP/Mandel Ngan

A directora dos serviços secretos norte-americanos, Julia Pearson, assumiu a responsabilidade pela “inaceitável” brecha na segurança presidencial que permitiu que um intruso armado com uma faca tivesse acedido ao interior da Casa Branca sem autorização. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não se encontrava no edifício durante o incidente.

Num depoimento perante os legisladores da Câmara de Representantes, a responsável pelos serviços secretos explicou que o plano de segurança e protecção do Presidente dos Estados Unidos “não foi adequadamente executado” na tarde de 19 de Setembro, e assegurou que Barack Obama nunca correu nenhum risco.

Nesse dia, Omar Gonzalez, de 42 anos, escalou as grades de ferro da Casa Branca, correu através do relvado até ao edifício da Casa Branca e entrou por uma porta destrancada. Lá dentro, conseguiu subir ao primeiro andar e entrar no chamado “East Room”, uma grande câmara que é habitualmente utilizada para recepções oficiais ou para declarações do Presidente.

As tentativas de entrada clandestina na Casa Branca não são invulgares: só este ano, já foram detidas seis pessoas que tentaram transpor os portões da sede do Governo e residência oficial do Presidente. O que não é comum é que sejam bem-sucedidas: “O que aconteceu foi inaceitável e posso garantir que não voltará a acontecer”, prometeu Julia Pearson.

A mesma responsável disse que já foi lançado um inquérito interno para averiguar “todas as decisões tomadas no dia em questão, incluindo tácticas e de uso da força”, e ainda posta em marcha uma avaliação completa de todos os procedimentos de segurança na Casa Branca.

Este não foi o primeiro “lapso” ou incidente com os serviços secretos que asseguram a segurança do Presidente Barack Obama. “O sistema [de protecção] também não funcionou quando o casal Salahi entrou de penetra num jantar oficial em Novembro de 2009, quando Oscar Ortega-Hernandez conseguir disparar sobre a Casa Branca em Novembro de 2011, quando agentes secretos contrataram prostitutas em Cartagena em Abril de 2012 ou se embriagaram na Holanda em Março de 2014”, recordou o congressista republicano Darrel Issa, que conduziu a sessão.

Um outro congressista republicano, Jason Chaffetz, lamentou a passividade dos serviços secretos perante potenciais ameaças directas ao Presidente. Salientando que a Casa Branca deveria ser o local mais seguro do país, o congressista disse que os agentes responsáveis pela protecção de Barack Obama deveriam recorrer à força ao primeiro sinal de alarme. “Não podem deixar ninguém chegar perto do Presidente, não podem deixar ninguém chegar perto da sua família e não podem deixar ninguém entrar na Casa Branca”, vincou.

Omar Gonzalez, um veterano do Exército nacional, tinha sido interrogado pela polícia do estado da Virginia em Julho, depois de ter sido parado numa operação de trânsito com duas espingardas, quatro pistolas e várias munições dentro do automóvel. Também tinha um mapa detalhado da zona envolvente da Casa Branca. Segundo a Associated Press, os serviços secretos também inquiriram Omar Gonzalez mas consideraram que o indivíduo não representava nenhuma ameaça para a segurança presidencial.

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