“Sepah venceu Daesh”

Xiitas apoiados pelo Irão não só tiveram papel de destaque na reconquista da cidade, como fazem questão de o vincar em pleno território iraquiano sunita.

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Uma forma rápida de apagar os sinais de Estado Islâmico: bandeiras do Iraque autocolantes Reuters

“O Sepah de Khomeini venceu o Daesh”, lê-se num graffiti escrito em farsi, junto a uma bandeira do autoproclamado Estado Islâmico pintada num muro exterior do palácio presidencial de Tikrit. Sepah é o termo usado designar os Guardas da Revolução Islâmica iranianos. Daesh é o nome árabe para Estado Islâmico.

A referência ao antigo ayatollah Khomeini, líder da revolução iraniana de 1979, vista pela repórter Loveday Morris, ao serviço do Washington Post, confirma que as milícias xiitas não só tiveram um papel de destaque na reconquista da cidade, como já se sabia, como fazem questão de o vincar em pleno território iraquiano sunita. E que não será exacta a afirmação do primeiro-ministro, Haider al-Abadi, feita ainda num discurso televisivo, na terça-feira, de que apenas está a ser derramado sangue iraquiano na batalha pela recuperação de território ao Estado Islâmico.

Um combatente apresentado como iraniano, espingarda Kalashnikov ao ombro, retrato ao peito do Líder Supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, gabou-se à Reuters do papel de Teerão na campanha. “Estou orgulhoso de ter participado na batalha para libertar Tikrit”, disse. “O Irão e o Iraque são agora um único Estado”, declarou também, numa afirmação mais apressada do que o permitem a geopolítica e as linhas fronteiriças.

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